[funchal 24] Há uma urbe que se vai revelando à medida que nos debruçamos sobre aspetos específicos da sua malha, dos seus detalhes por vezes escondidos. Num gesto de procura semelhante ao da subida da ribeira de Santa Luzia, procurámos descer ao mar. O ambiente de praia de calhaus rolados, visível em fotografias antigas, praticamente desapareceu. Há apenas uma pequena enseada afunilada entre dois molhes de betão. A memória da orla marítima primitiva desapareceu. Um pouco para nascente há um ponto de acesso à uma pequena praia pedregosa. A envolvente é de falésia, e o excesso é feito por uma escada precária, em madeira, no seu tramo final. Aqui ouvimos a rebentação das ondas, as pedras polidas pela erosão marítima, temos o olfato do mar e o imenso oceano Atlântico, espírito das ilhas, à nossa frente, sem obstáculos, frontal.
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Funchal. 2017 |
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