quarta-feira, 29 de junho de 2016

Neve

[dia grande 07] 01_dg368776. Neve. Caminhar sobre o vazio. Construir o nada. Paisagens claras como síntese. Branco macio e frio sem futuro nem passado. Partilhar a ausência de si. Viagens pobres na experienciação do ser animal.

Serra da Estrela. Covilhã. 2013

terça-feira, 28 de junho de 2016

Expor caminhar

[dia grande 06] No extremo oposto do local da conversa sobre arquitetura, na Adega dos Lugares, Esporão, apresentei uma exposição de fotografias. Sete imagens sobre o “Caminhar” em diálogo com um espaço forte e com seis talhas de grandes dimensões ainda hoje utilizadas para a produção de vinho. Sobre cada uma dessas fotografias me deterei em próximos posts.
 
Adega dos Lagares, Herdade do Esporão. Reguengos de Monsaraz. 2016

Adega dos Lagares, Herdade do Esporão. Reguengos de Monsaraz. 2016
 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A câmara contraditória

[dia grande 05] Há, depois, contradições difíceis de resolver. Estas viagens pobres, de poucos recurso, são feitas com uma câmara fotográfica tecnologicamente muito evoluída. É um aparelho de captura de imagem que tem as suas raízes em tempos muito recuados, talvez nos alvores do Renascimento, quando a representação gráfica da realidade visível se inicia como processo cada vez mais célere.
 
Serra da Peneda, Arcos de Valdevez. 2009
 

domingo, 26 de junho de 2016

Senhora do Salto

[pst 216] "O que então se depara ao nosso pasmo enebriado faz-nos recuar, num repelão de arrepio, eras atrás. Assiste-se ao último e espantoso quadro dum drama de milénios. O rio violentamente acrescido e despenhado pelas invernadas, bateu como um terrível aríete de encontro às fragas e fendeu de alto abaixo a grande massa da serrania xistosa, que rompeu e galgou entre duas altíssimas muralhas. Vê-se na frente do abismo o rio a saltar pela escadaria de gigantes; fulgir em rápidos clarões como uma espada que a corrente sacasse da bainha verde; chega-nos das funduras o fragor húmido e múltiplo, surdo e monstruoso; e vê-se a tromba líquida engolfar-se, em borbotões de espuma lívida, através dos festões da Primavera rompante na espantosa garganta. Longo tempo guardamos na memória a imagem cinética dum cachão despenhando-se num sorvedouro lôbrego, no fundo, muito fundo, para além da tremulina de névoa verde e palpitante". (Jaime Cortesão — Portugal, a Terra e o Homem).

Rio Sousa — Senhora do Salto. Paredes. 6 de setembro de 1996

sábado, 25 de junho de 2016

Tecido puído

[dia grande 04] A peça de roupa apresentada na conversa sobre arquitetura foi uma t-shirt com mais de 20 anos de viagens, puída por esse tempo, com muitas marcas, manchas de uso. Foram já muitas paisagens percorridas, muitas vezes em esforços consideráveis, em serranias, ou junto da orla marítima. As manchas, ou desenhos impressos pelo uso, são como um mapa dessas mesmas viagens, uma interpretação oblíqua dos lugares visitados, das noites passadas no relento dos campos. É um tecido que acaba por ser um elemento construído por uma existência, reflexo do tempo que passa, reprodução, de alguma forma, de um corpo. Roupa velha, sinal de pobreza, a procura de uma existência mínima, determinação, perseverança, continuidade, resistências múltiplas. Também a fuga de determinados códigos sociais na procura da solidão para ir ao encontro de “toda a terra”, dos lugares que falam, de uma natureza austera, avassaladora, fascinante, complexa. Procurar linhas de perplexidade. Dialogar com o medo. Vestir o despojamento.
 
Serra da Peneda, Arcos de Valdvez. 2009

Queluz, Sintra. 2016

Queluz, Sintra. 2016
 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Gravuras rupestres — Luzim

[pst 215] Ainda pouco se sabe sobre algumas tipologias de gravuras rupestres, particularmente aquelas que apresentam figurações abstractas. É também difícil estabelecer uma cronologia para esta singular e enigmática forma de "escrita". Um afloramento granítico, ao ar livre, na serra de Luzim, próximo da aldeia de Perozelo, contém marcas compostas por diversas cavidades. Existem nas imediações outros vestígios de povoamento deste período.

Gravuras rupestres — Luzim. Penafiel. 9 de setembro de 1996

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Objeto

[dia grande 03] Ao desafio de levar um objeto de relação com a paisagem, apresentei uma t-shirt de campo. É uma peça de roupa que, entre outras, uso recorrentemente em saídas de campo, particularmente naquelas efetuadas em solitário. A par da t-shirt e dentro de uma mesma caixa, apresentei um conjunto de fotografias feitas na serra da Peneda em 2009. As fotografias retratam um local de pernoita e um trilho percorrido por animais em busca de água. Era um pequeno ribeiro que criava condições para o desenvolvimento de uma vegetação relativamente densa, verde durante as épocas mais quentes e secas de do verão.
 


 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Memória na terra

[viseu 18] Foi esta a estrutura da exposição na Casa das Memórias, um olhar dialogante entre a cidade e o espaço rural que a envolve. Este nome, Casa das Memórias lança um desafio. As fotografias não são, diretamente, uma memória, são todas elas de tempos muito recentes. Mas nestas imagens falam justamente de memórias tensas que são deixadas em espaço público. São as arquiteturas que muitas vezes perderam uma ligação de continuidade entre si e que se apresentam como fragmentos de tempos diferentes. estas fotografias acabam por, inevitavelmente, fixar a memória de um território no tempo presente e, ao dispô-las em proximidade, ao mostrar uma área geográfica alargada em salas contíguas, “comprimimos” um solo comum o colocamos em diálogo a síntese possível dessas paisagens e arquiteturas fragmentárias.
Av. da Via Rápida/IP5, Vila Chã do Monte, prox., UF Boa Aldeia,
Farminhão e Torredeita, Viseu. 2015/04/29

Conversar sobre arquitetura e paisagem

[dia grande 02] Uma das atividades do Dia Grande foi uma conversa sobre arquitetura, realizada na Adega dos Lagares, uma obra de arquitetura recente, de paredes em adobe, feita com processos tradicionais, com projeto do arquiteto Pedro Jervell. Foi Pedro Jervell que lançou o desafio para esta conversa: “juntar personalidades que tem uma vivência diária na paisagem mais profunda. Penso que na região próxima do Esporão poderemos encontrar pessoas que possuem uma experiência diferente da nossa, mais contemplativa, mais activa e permeável á paisagem. A relação homem e terra/Terroir tem evoluído muito e acho ser muito pertinente entender esse relacionamento no tempo. Assim sugiro convocar pessoas ligadas á paisagem, tanto na historia como na projecção do futuro e trocar impressões de experiência de vivência em diferentes áreas (agricultura, arqueologia, sociologia, filosofia, arquitectura, construção, enologia, etc...). Em vez de pedir uma apresentação (com projectores, computadores e microfones) sobre a experiência de cada um, proponho desafiar cada interveniente a escolher um objecto que represente um sentimento ou  conte uma historia de uma relação ou um lugar na paisagem.” (Pedro Jervell)
As pessoas convidadas foram: Paula Corte-Real, arquiteta paisagista, Ana Paula Amendoeira, historiadora e eu próprio. Esteve ainda presente o arquiteto Pedro Jervell. A conversa foi moderada por Rui Pedro Tendinha, jornalista.
Foram debatidos temas relacionados com a intervenção humana nas paisagens, os possíveis caminhos de sustentabilidade que a arquitetura pode trazer a territórios onde seja maior ou menos a densidade de construções existentes.
 
Adega dos Lagares, Herdade do Esporão. Reguengos de Monsaraz. 19 de junho de 2016

Adega dos Lagares, Herdade do Esporão. Reguengos de Monsaraz. 19 de junho de 2016
 

Anta — Chã de Parada

[pst 214] Vestígios de megalitismo estão presentes em diversos lugares da região. Certamente por se situar numa  zona erma, na serra da Aboboreira, encontramos um dos núcleos mais bem conservados da região. Estende-se por uma área relativamente extensa da cumeeira da serra.

Anta — Chã de Parada, Ovil. Baião. 21 de agosto de 1996

terça-feira, 21 de junho de 2016

Dia Grande

[dia grande 01] No passado fim de semana, dias 18 e 19 de junho, realizou-se na Herdade do Esporão, próximo de Reguengos de Monsaraz, o Dia Grande. O Dia Grande é um encontro de pessoas num lugar especial. Especial, não apenas por um ambiente que nos distancia das grandes cidades, onde muitos de nós vivemos, para nos aproximar da Natureza; especial por nos propor uma série de atividades que fomentam e estimulam a partilha de experiências. O Esporão não é apenas uma marca qualificada, de referência, de vinhos, agora também de azeites, é um projeto integrado de sustentabilidade, de respeito pelo ambiente e de uma invulgar delicadeza. Em terrenos previamente intervencionados com práticas agrícolas intensivas, há agora a devolução a uma ética de integração dessas mesmas práticas com formas não agressivas perante o solo. Há o “chamamento” de outras espécies vegetais e animais, insetos também, para a introdução de dinâmicas antigas. Propõe-se o abandono progressivo da utilização de químicos associados à produção agrícola intensiva que muito tem contribuído para um desequilíbrio, tendencialmente mais acentuado, entre o homem e a paisagem. Agora sentimos um regresso a horizontes visuais que vagueavam nas nossas memórias. Uma terra onde apenas cresciam pés de vinha, vemos o regresso de outras espécies, tonalidades de verde, vemos a cor das flores, deixamos a terra nua exposta à erosão de um sol duro, vemos aves no céu, ouvimos os sons do seu comunicar ao nascer do dia.
 
Herdade do Esporão. Reguengos de Monsaraz. 18 de junho de 2016
 

Conexões

[viseu 17] As vias de comunicação, de ligação entre lugares próximos e distantes, assumem-se como uma extensa marca territorial, quase omnipresente. Essas vias assumem as mais variadas formas, conforme o uso que lhes é destinado. Vão desde o caminho de pé posto, que responde ao mais elementar gesto do caminhar sobre a terra, até às autoestradas, estruturas para um atravessamento célere, de ligação rápida entre lugares distanciados. Já não é possível vermos os comboios, mas os seus canais viários permanecem na paisagem.
Mosteirinho, UF Couto de Baixo e Couto de Cima, Viseu. 2015/02/06

A24-M600, UF Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita, Viseu. 2015/04/24

Calçada romana Ranhados-Coimbrões, Ranhados/São João de Lourosa, Viseu. 2015/05/02

Maeira de Baixo, prox., UF Barreiros e Cepões, Viseu. 2015/05/22

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Rio Douro — Rede

[pst 213] O rio Douro constituiu, desde tempos recuados, uma via de acesso às terras do interior, à região que deu a conhecer a todo o mundo o nome "Porto". Até à construção da linha ferroviária do Douro era a principal via da comunicação entre a cidade do Porto e a região vinhateira. É sensivelmente a partir desta zona, quando o vale se aperta entre as serras do Marão e Montemuro, que a paisagem se altera e entramos na região do vinho generoso.

Rio Douro — Rede. Mesão Frio. 26 de dezembro de 1993

domingo, 19 de junho de 2016

Natureza

[viseu 16] São poucas as paisagens onde não se note uma acentuada presença humana. Não apenas no espaço de Viseu mas em todo o território português, não é fácil encontrar lugares que não tenham vestígios, mais ou menos acentuados, de transformação, de intervenção da mão humana. Esta realidade tem tendência de expansão cada vez mais acentuada. Aqui, em Viseu, encontrámos alguns lugares notáveis que nos mostram, ainda, o vigor da Natureza. Mas são apenas situações muito pontuais, quase que jogos de procura de algo que tende a desaparecer
Viseu. 2015/04/13

Mamaltar de Vale de Fachas, Mundão/Rio de Loba, Viseu. 2015/05/05

Cruzinha, prox. (Paraduça), Calde, Viseu. 2015/05/21

sábado, 18 de junho de 2016

Estrada N 15 — Serra do Marão

[pst 212] Uma das saídas da região do Porto, na direção de Trás-os-Montes, é pela estrada N15 que atravessa a Serra do Marão pela portela da Boavista. É uma espécie de estrada mitológica de um passado recente. As suas curvas sem fim e longos panoramas são um espaço demorado para os automobilistas apressados. Hoje é um caminho alternativo ao IP 4, via rápida entretanto construída.

Estrada N 15 — Serra do Marão. Amarante. 26 de dezembro de 1993

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Rural perdido

[viseu 15] O rural perdido é uma realidade que não pode ser ocultada, são as ruínas de um mundo em rápida transformação. É o abandono dos campos e das casas, são os núcleos urbanos rurais parcialmente arruinados, é, de alguma forma, o símbolo de fuga aos trabalhos pesados da terra, da agricultura ou da pecuária que não dão tréguas, ou dos invernos rigorosos. É o que fica no solo de uma fuga das populações para as cidades à procura de uma vida diferente. É como que o fim de um ciclo civilizacional, arcaico, duradouro, sem que, no entanto, consigamos vislumbrar o que se seguirá.
Povoação, Povolide, Viseu. 2015

Forniçô, São Pedro de France, Viseu. 2015

Fradega (rio Troço), Bodiosa, Viseu. 2015

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Santuário de S. Domingos da Queimada

[pst 211] No alto do Monte de S. Domingos da Queimada existe uma capela romano-gótica e, em seu redor, um terreiro de festa. "A vastidão panorâmica que o promontório sacro oferece é impressionante. Domina-se inteiramente a riquíssima região vinhateira da Régua, Penajóia, Cambres, Lamego, tendo como admirável fundo a serrania do Marão e do Montemuro. Para os lados de nascente descobre-se a indefinida sucessão de montes e planaltos, ímpetos e quebradas que a força erosiva do Douro e seus afluentes têm modelado lentamente, ao longo de séculos e séculos". (Sant' Anna Dionísio — Guia de Portugal).

Santuário de S. Domingos da Queimada — Fontelo. Armamar.  22 de dezembro de 1993

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Rural religioso

[viseu 14] O rural religioso são as marcas deixadas no solo por uma cultura marcada pela religião Cristã. São vários elementos que afirmam a fé das comunidades que os construíram e que hoje permanecem, muitas vezes, como marcas de erudição, de um saber apurado, de um desenho que procurou o sublime. Igrejas, capelas, santuários, cruzeiros, alminhas, são elementos que definem a identidade das comunidades, e continuam a erguer-se como elementos de orientação espacial e espiritual.
Viseu. 2015

Lourosa de Baixo, São João de Lourosa, Viseu. 2015

Paçô, Lordosa, Viseu. 2015

Calde, Viseu. 2015

terça-feira, 14 de junho de 2016

Gravura rupestre — Ribeira dos Piscos

[pst 210] As gravuras do Côa constituíram, no início dos anos noventa, uma descoberta científica notável, a revelação de uma singular forma de "escrita". Desde o período do Paleolítico Superior, até aos nossos dias, sucessivas gerações de homens desenharam nas rochas, representações do imaginário coletivo. Uma extraordinária manifestação de arte que remonta à época em que as atividades humanas se desprendem definitivamente da animalidade. O vale do Côa tem o privilégio de guardar, quase intacto, o ambiente em que ela eclodiu.

Gravura rupestre — Ribeira dos Piscos. Vila Nova de Foz Côa. 12 de abril de 1995

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Rural habitado

[viseu 13] O rural habitado é, aqui, o mundo contemporâneo. São os gestos individuais de afirmação de identidades pessoais, exercícios de liberdade, são as tentativas de conquista de habitação condigna, são a fuga a tempos de pobreza que marcaram indelevelmente uma geração que, a partir dos anos 60 do século XX, procura noutros países rendimentos que lhes permitam uma vida melhor. Este é um mundo de uma enorme complexidade e de evidentes contradições. De alguma forma representa a perda de uma imagem de equilíbrio e relação com a própria Natureza.
Chãos, UF São Cipriano e Vil de Souto, Viseu. 2015

Sarzedêlo, UF São Cipriano e Vil de Souto, Viseu. 2015

Farminhão, UF Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita, Viseu. 2015

domingo, 12 de junho de 2016

Campo de centeio

[pst 209] A região duriense tem uma relevo recortada, devido ao encaixe do seu vale principal e afluentes. No entanto, relativamente próximo do seu leito, se subirmos a pontos altos, podemos encontrar um campo de centeio. Ali chegado, é o anúncio da terra fria transmontana.

Campo de centeio — Vilarinho de Castanheira. Carrazeda de Ansiães. 9 de julho de 1996

sábado, 11 de junho de 2016

Rural equilibrado

[viseu 12] Subimos ao piso elevado da Casa das Memórias. Se no piso inferior temos a cidade de Viseu, aqui estão expostas fotografias feitas nas áreas rurais do concelho. Há, no entanto, um friso de imagens de pequena dimensão que percorre todas as salas e que mostra aspetos destas duas realidades que dialogam entre si, a cidade e a ruralidade.
O rural equilibrado mostramos alguns exemplos de situações espaciais em que há uma continuidade, ou um equilíbrio, face a uma imagem que durante décadas vigorara nas aldeias, pautada por formas de intervenção limitadas e integradas na natureza. São espaços onde permanece o tempo longo, a reflexão cuidada das construções delicadas, sólidas. São os poucos fragmentos que permanecem de uma voracidade destruidora provocada pela fuga dos campos.
Passos, Silgueiros, Viseu. 2015

São Cristovão, São Pedro de France, Viseu. 2015

Paraduça, Calde, Viseu. 2015

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Tua. Arquivo de Memórias

[pocinho-côa 7] O Arquivo de Memórias, de Vila Real, já me havia convidado no passado, para duas visitas ao vale do Tua. Foi uma homenagem a este extraordinário rio e caminho de ferro, hoje quase a desaparecer tal como o conhecemos. Esta Associação desenvolve uma atividade muito interessante no aprofundamento do conhecimento da terra transmontana e vale do Douro. Fica aqui o meu reconhecimento e gratidão por este projeto que visa valorizar e dar a conhecer uma cultura que tem raízes fundas na terra. link: https://arquivodememoriasvr.wordpress.com/#. Esta é a última publicação da série pocinho-côa.
Linha do Douro. Vila Nova de Foz Côa. 2016

Linha do Douro. Vila Nova de Foz Côa. 2016

Vila Nova de Foz Côa, prox.. 2016