[exp_fuga 09] Não vamos, não podemos descrever a natureza do tempo, nem da ausência de simetria ou a possibilidade de voltar para trás. Passado, presente, futuro na reunião de todas as cronologias possíveis. É o tempo como existência, os passos dados nas mais recuadas memórias, o presente de um diálogo com o futuro breve. Pensar a sobrevivência nas condições possíveis. Cronologias. São linhas de tempo que podem estabelecer entre si relações geométricas de afastamento, aproximação, cruzamento, desenhos diversos, curvos, sinusoidais. Duração. O prolongamento de gestos ou acontecimentos num determinado período ou a imaterialidade que continuamente se procura. Passagem. Quando tempo é espaço e espaço é tempo habitamos uma dimensão de passagem, de transição, que, simultaneamente, é ausência de si. Aqui, sem termos essa perceção, encontramos, verdadeiramente, a materialidade do tempo. Apreendemos o seu possível sentido.
Exposição/Fotografias: Linha de tempo, uma seleção de imagens de cada ano de trabalho e de experimentação. Poderão ser fotografias inéditas e algumas mais pessoais de momentos da vida, de pessoas que fazem parte de um processo longo, que foram passando neste movimento longo. Talvez mostrar imagens que sugiram a passagem do tempo, arqueologias, a evolução do povoamento humano sobre o território, a história das cidades. Em termos de organização de uma exposição, esta linha de registo poderá ser anterior ao ano 1982, simbolizando todo o decurso temporal, humano, até essa data. Poderão aqui também ser incluídas paisagens arqueológicas, ou mesmo “geológicas”.
Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019
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