segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Vinco

Queluz. 2005

[suporte 17] Corte geral, de todas as peças necessárias. Esta fase apenas exige mão firme, e concentração. O tipo de corte pode exigir, quase sempre o exige, mais do que uma passagem com a lâmina, dependendo do material que está a ser cortado, bem como a sua espessura. O corte deverá ser continuo e firme. Poderá haver mais do que uma passagem da lâmina, a primeira terá que deixar um vinco fundo, as seguintes seguem rigorosamente esse sulco, até chegarem à base de corte. Com o tempo e a crescente experiência, a mão adquire uma "sabedoria" que leva a um progressivo aumento do rigor do corte e da perfeição do trabalho. A educação da mão assume um dos aspetos mais fascinantes neste género de labor. Com o passar dos anos, a mão responderá cada vez melhor ao que se pretende.

Queluz. 2005

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Corte geral

Queluz. 2005

[suporte 16] marcação das placas para corte. Após a planificação do corte esta fase limita-se à transposição desses dados para a placas que vão ser cortadas. Por vezes pode ser útil fazer marcações na régua graduada o que facilitará e agilizará a tarefa da marcação. Esta última pode ser feita com um elemento riscadores ou um porta-lâminas, vulgarmente designado por x-ato.

Queluz. 2005



Queluz. 2005

Queluz. 2005

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Plano de corte

Queluz. 2005

[suporte 15] Plano de corte para redução de desperdícios. Muitas vezes estas tarefas são morosas, mas muito importantes quando os recursos são limitados. Num trabalho de elevado número de molduras a planificação torna-se fundamental, pode mesmo ser importante para a determinação das dimensões das molduras. O tamanho das placas é também um dado que deve ser observado desde o primeiro momento. Na maior parte das situações há que evitar as juntas, exceptuando os casos em que estas são deliberadamente trabalhadas tendo em vista um determinado efeito visual.

Queluz. 2005

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Espaço e movimentos

Queluz. 2005

[suporte 14] Adequação do espaço de trabalho aos movimentos necessários. Poderá parecer exagerado pensar nestes aspetos de gestão espacial, mas a ideia é a de, justamente, trabalhar em condições em que muitas vezes não nos parece possível desenvolver uma tarefa de escala elevada. Durante este processo há constantes movimentos de peças de uns lugares para outros, decorrentes das várias fases do processo, nomeadamente das colagens.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Plano e estimativa

Planificação da moldura. Queluz. 2005
[suporte 13] Estimativa de todos os materiais e quantidades necessárias. Cálculo das áreas de cada peça para depois somar tudo. Poderá ser necessário contar com alguns materiais de reserva, pelo que deverão ser tidas em conta quantidades suplementares.

Planificação da moldura. Queluz. 2005

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Protótipo

Protótipo feito à escala 1:1, em 2004. Queluz. 2013

[suporte 12] O primeiro passo, recomendável para um número elevado de molduras, é fazer um protótipo, para podermos avaliar com rigor a sua viabilidade, bem como os passos a dar na sua realização. Ficaremos também com uma ideia mais precisa do tempo necessário para a conclusão do trabalho, que, não raras vezes nos surpreende quase sempre pela negativa, por uma estimativa demasiado otimista. O pouco cuidado inicial poderá revelar-se como penosamente demorado a partir de um determinado ponto do processo.

domingo, 22 de setembro de 2013

Moldura descrita

Queluz. 2005

[suporte 11] A moldura, de que aqui vai ser descrito o processo de manufatura, é em cartão de poliuretano com 5mm de espessura, com uma face adesiva, com forro, acabamento, em papel cenário, com a fotografia recuada em relação ao plano do vidro, através de uma caixa de ar selada.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Materiais e quantidades

Queluz. 2005

[suporte 10] Depois de decidido o tipo de suporte e o seu desenho, há que fazer uma inventariação dos materiais necessários e das respectivas quantidades. Há os materiais necessários permanentes, como cortantes, bases de corte, esquadros e réguas, elementos riscadores, vincadores e fitas adesivas de apoio. A cola é muito importante, bem como a sua aplicação cuidadosa. Os materiais específicos para cada solução deverão ser adquiridos em função do projeto que se tem em mãos. Podemos referir os cartões de poliuretano ou de outros materiais, muitas vezes de custo relativo elevado, mas também os cartões prensados, cartolinas, papeis diversos, de apoio à colagem e de forro. Cola para madeira é quase sempre a mais adequada e com um ótimo comportamento ao longo do tempo. Poderá ser necessária cola à base de celulose, de secagem rápida. O vidro mineral ou acrílico pode ser preciso, se se optar pela proteção da fotografia dessa forma. Há soluções, mais precárias, em que a fotografia pode ser emoldurada sem vidro. Tem que se ter em atenção, sempre, a natureza do projeto em desenvolvimento e o destino final da fotografia.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Prego

K-Galeria. Lisboa. 2009

[suporte 09] Definição de um conceito material do que se pretende fazer, neste caso, suportes para uma exposição. Desde há vários anos que vimos assistindo a uma procura cada vez mais acentuada de soluções para exposição. A simples afixação de fotografias na parede através de agrafes, alfinetes, ou pequenos pregos, é, talvez, a solução mais extrema.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Quantidades

Queluz. 2005

[suporte 08] As soluções aqui apresentadas partem de um número relativamente elevado de suportes. As quantidades são extremamente importantes, pois delas depende a racionalidade do processo. O planeamento deve ser levado ao extremo, para que se reduza substancialmente aquilo que não vai correr bem. As dimensões dos suportes são igualmente muito importantes. Delas decorre a possibilidade de empenos, que também têm uma relação com a cola utilizada. No entanto o problema maior que se coloca com suportes de maiores dimensões é o crescente peso do objeto e a decorrente necessidade de reforço da estrutura portante do suporte. Já para não falar do transporte para o local de exposição, que muitas vezes se torna num quebra-cabeças de difícil resolução, quando se opera com meios financeiros reduzidos.

Queluz. 2005

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Relação sensorial

Senhora do Almortão. Idanha-a-Nova. 2005

[suporte 07] Esta é a outra face das viagens, aqui deixada num pequeno ensaio de procura de soluções para exposição. Dentro de um espaço de baixo custo. Mas esta é a essência deste caminhar, desta existência de não desistência. De perseverança da tenacidade de um combate, de uma guerra que se quer manter, de uma afronta a todas as derrotas. Portugal está difícil e há uma generalizada desvalorização do trabalho, que transcende as nossas fronteiras. Há aspetos da relação sensorial com a realidade que parece estarem a perder sentido. Há que olhar de frente a solidão, as impossibilidades que não o podem ser.

Idanha-a-Velha. Idanha-a-Nova. 2005

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Contaminações

em trabalho de campo para Terras Templárias de Idanha. Idanha-a-Nova. 2005

[suporte 06] Estes textos são sobre as contaminações entre a vida quotidiana e o trabalho. Há uma fronteira que é muitas vezes difícil de definir. Há territórios exclusivamente privados, mas há também limites vagos, onde se opera um registo de elementos que vão estabelecendo pontes entre realidades que se interpenetram, dando origem a novas abordagens, novas formas livres do exercício da vida, da exploração do espaço e do tempo.

Queluz. 2005
Queluz. 2005

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Espaços de fotografia

Queluz. 2005

[suporte 05] Num mundo cada vez mais digital esta é a face da fotografia como matéria, é a construção de uma casa onde habitam as imagens partilhadas num espaço físico.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Princípio da mão

montagem da exposição Território em Espera. Faro. 2005

[suporte 04] No ano de 2005 desenvolvi dois projetos editoriais por ocasião de Faro Capital da Cultura. Um deles, Geografia do Caos, foi feito em co-autoria com Nuno Júdice, com poemas sobre peças de museus da região e paisagens urbanas; o outro projeto, Território em Espera, deu origem a duas exposições simultâneas, em Faro e São Brás de Alportel. Foi para estas duas exposições que elaborei, manualmente, as cinquenta molduras que receberiam as fotografias. Irei, assim, agora avançar sobre o modo de elaboração de suportes, molduras em papel e cartão. Serão reflexões sobre os fazeres da mão, por oposição ao trabalho de fotografia em campo. É uma viagem às manufaturas, às soluções relativamente baratas, com acabamento profissional e desenho específico. Há um mundo que se revela na delicadeza dos gestos manuais.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Primeira moldura

moldura-protótipo para Portugal - O Sabor da Terra, desenvolvido em 1996. Lisboa, 2013
[suporte 03] Em 1996 iniciava o projeto Portugal - O Sabor da Terra, com José Mattoso e Suzanne Daveau. Além da edição em 14 volumes, a ideia incluía a realização de 14 exposições simultâneas em todo o país, exceptuando os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Na altura desenhei um modelo em cartão, em tamanho natural, que seria a base para um conjunto de 665 imagens que iriam ser mostradas nas exposições. Foi a minha primeira moldura em cartão. O modelo viria a ser executado em MDF, por Luís Romano, que depois também participou na montagem das exposições. O modelo em cartão prensado não tinha qualquer acabamento, sendo apenas pintado na espessura da moldura. As fotografias expostas seriam acabadas com uma pintura a tinta de água, em branco creme. A solução procurada era a de custos baixos. As fotografias foram coladas diretamente na face interior da moldura e não existia vidro. As molduras definiam como que um objeto de instalação.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A possibilidade do erro

Queluz. 2005

[suporte 02] A parte mais desenvolvida das notas que se seguem será sobre a elaboração de suportes para a exposição de fotografias. Estes apontamentos consistirão numa tentativa de deixar clara uma forma de trabalho que permitirá a qualquer pessoa, com disponibilidade para a aprendizagem, elaborar as suas próprias molduras com desenho personalizado. Mas estes textos e fotografias abordarão também alguns aspetos da fotografia de objetos, trabalho de campo e planificação de uma edição, de um livro. No fundo pretende-se lançar alguma luz sobre um processo criativo específico que pode definir um conceito de sobrevivência e de sanidade mental, não deixando de correr o risco de ser o seu contrário. As coisas podem correr mal e a persistência no erro pode levar ao efeito contrário daquele que se pretende. De qualquer forma, em qualquer trabalho que parta de nós próprios, a adaptação a uma realidade mutante é a melhor solução para o sucesso evolutivo. Pode não ser fácil interpretar a realidade, aliás é quase sempre uma tarefa de elevada complexidade.