quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Minas de S. Pedro da Cova

[pst 242] Ervedosa era uma pequena aldeia rodeada de montanhas, onde foi descoberta uma jazida de carvão em 1795. Em prospeções posteriores encontraram-se outros locais onde o minério abundava. A principal zona de trabalhos ficava em S. Pedro da Cova. A exploração sistemática do subsolo inicia-se em 1809 e dura ininterruptamente até ao ano de 1970. Constituía, na altura do seu encerramento, um documento vivo sobre as difíceis condições de vida de toda uma população que dependia da mina. É um testemunho típico da industrialização do País no princípio da época contemporânea.

Minas de S. Pedro da Cova. Gondomar. 6 de setembro de 1996

terça-feira, 30 de agosto de 2016

A perda do todo

[doze exp 15] Continuar com novos projetos, alguns de âmbito local, ou regional, outros de abrangência nacional. É com algum lamento que constato a dificuldade em despertar o interesse de entidades do poder central. Constato-o depois de uma tentativa muito recente para tentar financiar uma exposição itinerante sobre a diversidade do espaço português, das suas paisagens e arquiteturas. Parece que se perde a noção do todo, de um património notável que, tantas vezes, tão pouca gente conhece. Não é fácil estimular o interesse dos portugueses pelo seu próprio património. Do contacto direto com tantos lugares notáveis, com os pés no solo, ficam experiências de vida marcantes. No fundo é esta experiência que este labor pretende trabalhar, transmitir e partilhar.
Praia do Guincho, prox. Cascais. 2016

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Barragem de Crestuma-Lever

[pst 241] Subindo o curso do Douro, a partir da sua foz, a barragem de Crestuma-Lever é a primeira que encontramos das cinco que existem daqui para montante, até Barca d' Alva. A navegabilidade do Douro praticamente desaparecia e as suas águas eram em parte contidas, mas as cheias cíclicas que se afirmavam domadas, continuam a assolar as povoações ribeirinhas

Barragem de Crestuma-Lever. Vila Nova de Gaia. 6 de setembro de 1996

domingo, 28 de agosto de 2016

Histórias diferentes

[doze exp 14] Todas estas doze exposições são histórias diferentes, processos diferentes. Espaços que pedem abordagens específicas. Um pouco de projeto, porque não arquitetura sem betão, pedra, tijolo ou vidro, mas a proposta para a representação de um espaço, muito diversificado é certo, uma casa comum.
Guimarães. 2015

sábado, 27 de agosto de 2016

Serra de Valongo

[pst 240] Aqui, nas proximidades do alto de Santa Justa, como noutros lugares da serra de Valongo, foram encontrados vestígios de atividades mineiras remotas. São enormes buracos, «fojos» na designação popular, que formavam galerias de acesso ao interior da montanha. Correspondiam a filões quartzíticos auríferos e antimoníferos, escavados desde a dominação romana, por homens em busca do metal dourado. Utensílios, como lucernas ou vasos de cobre, reforçam a ideia de uma exploração intensa do minério da serra. A maior parte dos seus acessos foram entretanto aterrados. Do alto da serra avistamos Valongo e a extensa veiga em que o aglomerado está implantado.

Santa Justa (prox.) — Serra de Valongo. Valongo. 6 de setembro de 1996

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Mundo Português

[doze exp 13] Também em Viseu, durante os dez dias que duraram os “Jardins Efémeros”, esta foi uma exposição fundamentalmente diferente das outras duas que permanecem em Viseu. Três naves, três conjuntos de fotografias. Uma proposta de reflexão e diálogo sobre o espaço português. Numa primeira nave há a presença de vegetação que vai colonizando lugares possíveis, ao mesmo tempo há o diálogo com uma outra intervenção artística de ±MAISMENOS± e Vhils (Miguel Januário e Alexandre Farto). Na nave oposta, veículos abandonados por todo o território nacional, viagens interrompidas. Ao centro imagens de património, alguns dos mais notáveis monumentos históricos, referências da identidade de Portugal. Existiu ainda a vizinhança da exposição sobre arquitetura portuguesa contemporânea (2012-2014) “Habitar Portugal: Está a arquitetura sob resgate?”.

Viseu. 2016

Gondomar

[pst 239] No alto do Monte Crasto foi construído um santuário. Houve aqui um povoado castrejo de que já não restam vestígios. Em torno do morro desenvolveu-se depois Gondomar, que viria a ser integrada na crescente área de influência da cidade do Porto. No dia 29 de Junho de 1847, consumou-se em Gondomar a Convenção de Gramido. Era assinada entre os governantes do Porto e tropas estrangeiras que vieram para Portugal a pedido de D. Maria II para por termo à rebelião da Patuleia e ao governo autoritário, então conhecido por Cabralismo. Findara assim uma guerra civil. Como acontece sempre, as grandes mudanças políticas consumam-se nos espaços mais urbanizados.

Gondomar. 6. de setembro de 1996

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Caminhar

[doze exp 12] A relação direta com o espírito de uma postura empresarial muito singular, que interpreto do contacto com as pessoas do Esporão, desde a direção, passando pelos enólogos, o marketing, ou as pessoas do terreno. Esta foi a mais curta exposição por mim realizada. Apenas dois dias numa festa que é a celebração da terra: Dia Grande. Um dia que são dois dias

Herdade do Esporão. reguengos de Monsaraz. 2016

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Paços de Ferreira

[pst 238] O lugar "chã de Ferreira" é de povoamento muito antigo. Não longe daqui, na direção do sol nascente está o povoado castrejo de Sanfins, um dos maiores e mais importantes do género, no Noroeste da Península Ibérica. A área é aqui plana, rica em água e, os solos, de boa aptidão agrícola. Uma urbanização rasteira alastra progressivamente.

Paços de Ferreira. 7 de junho de 1996

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Viseu, Identificação e Reconhecimento II

[doze exp 11] A trabalho sobre a área geográfica do município de Viseu viria a alterar a minha forma de ver o espaço português. Nunca antes havia trabalhado com tanto detalhe sobre um território. A primeira nota não pode deixar de ir para a constatação do caráter labiríntico, denso, deste espaço, que, de alguma forma, é comum a várias regiões do Norte de Portugal. Foram fotografadas 240 aldeias numa área de pouco mais de 500 km2.
Viseu. 2016

sábado, 20 de agosto de 2016

Cemitério de Barrô

[pst 237] O cemitério localiza-se ao lado da Igreja de Barrô e, tal como esta, está voltado para o rio Douro. A presença da vinha deixa já anunciar a entrada no "Paíz Vinhateiro". Lugar de fascínio, paisagem de deslumbramento.

Cemitério de Barrô. Resende. 26 de dezembro de 1993

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Viseu, Identificação e Reconhecimento I

[doze exp 10] Viseu, Identificação e Reconhecimento é um conjunto de duas exposições, atualmente em exibição nesta cidade. A primeira, mostrada no Museu Almeida Moreira, é uma revisitação das fotografias da cidade de Viseu feitas em 1996, aquando da recolha fotográfica que daria origem ao conjunto de livros, e exposições em 1997 e 1998, por ocasião da Expo’98, em Lisboa.
Viseu. 2016

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Ponte de Caninhas

[pst 236] Toda a fisionomia da região é originada a partir do profundo entalhe erosivo que é definido pelo rio Douro. Os seus afluentes Tâmega e Sousa, na margem direita, e Arda e Paiva, na esquerda, contribuem também, de forma significativa, para a estruturação deste território.

Ponte de Caninhas — Rio Paiva, Escamarão. Cinfães.  5 de outubro de 1996

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

38º 21'N 07º 24'O Castelo da Lousa

[doze exp 09] Tinha exposto no Museu da Luz, em 2014, Guadiana 86-14. Era o relato de sucessivas campanhas de recolha fotográfica ao longo de quase 30 anos. Agora o arquiteto Pedro Pacheco, autor do projeto de arquitetura do Museu, comissaria uma exposição sobre o Castelo da Lousa,para a qual me convida a mostrar um conjunto de fotografias. Foi o regresso a uma sala de uma beleza invulgar. Um espaço muito conseguido da nossa arquitetura contemporânea e a evocação de uma aldeia que se mudou, para o seu antigo solo ser submerso pelas águas de uma albufeira.
Museu da Luz. Luz. Mourão. 2016

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Porto Antigo

[pst 235] Quando no rio Douro ainda não existiam barragens e a navegação era a principal forma de deslocação, Porto Manso, na margem direita, e Porto Antigo, na margem esquerda, eram dois pequenos e movimentados povoados onde se atravessava o rio de barca.

Porto Antigo. Cinfães. 4 de junho de 1996

domingo, 14 de agosto de 2016

Procurar um País

[doze exp 08] Tinha estado em Santa Clara-a-Velha em 1988, por ocasião de uma visita breve a Coimbra. Fizera na altura algumas fotografias do Mosteiro, com o nível da água a meio da nave. Havia miúdos a brincar com uma jangada dentro daquele espaço de grande monumentalidade. Em 2014 regressei. Mais algumas fotografias e o espanto de ali reconhecer um dos mais fascinantes e enigmáticos espaços da cultura e da identidade coletiva de Portugal. Enviei um email para a direção do monumento a propor uma pequena exposição com as fotografias de 1988. Como resposta tive o desafio de mostrar o “meu” Portugal. Apresentei uma reflexão em 14 linhas temáticas sobre um interpretação possível do espaço, do habitar e construir Portugal ao longo de séculos. 30 anos em viagem, era o subtítulo da exposição. Uma semana depois da inauguração, no início de janeiro, o Mondego galga as margens e invade, de novo, o Mosteiro. Era como uma resposta de reposição de um antiga condição que levara ao abandono do Mosteiro no século XVIII. Em consequência das cheias, a exposição esteve quase sempre encerrada ao público.
Coimbra. 2016

sábado, 13 de agosto de 2016

Castelo da Feira

[pst 234] A Terra de Santa Maria, referida em documentos desde o início da nacionalidade, abrangia um território geograficamente extenso. Compreendia as terras entre o rio Douro, a norte, e o Caima, a sul; a oeste, o limite era conformado pela linha de costa, e a este pelo rio Arda. O lugar, onde mais tarde se iria construir o castelo da Feira, centro nevrálgico da região, é de povoamento muito remoto mas já poucos defendem a sua identificação com a antiga cidade romana de Lancóbriga. O castelo da Feira, com a sua silhueta muito típica, tornou-se um dos mais conhecidos de todo o País.

Castelo da Feira. 20 de maio de 1996

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sete Círculos

[doze exp 07] O desafio foi lançado por Pedro Campos Costa e Eduardo Costa Pinto. O objetivo foi o de fotografar um último círculo traçado ao redor de Lisboa. Os locais, pontos, a fotografar resultaram de um determinismo geográfico: o cruzamento das radiais cardeais com o tal “círculo”, que correspondia, sensivelmente, aos limites da bacia hidrográfica do rio Tejo. Se os círculos mais próximos do centro de Lisboa questionavam, sucessivamente, os limites da cidade contemporânea, esta última linha afastava-se, decisivamente, de qualquer área de influência urbana. O ponto mais distante foi captado no limite entre as bacias do Douro e do Tejo, para lá de Madrid.
Guimarães. 2016

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Apúlia

[pst 233] As casas de brasileiros representaram, no Centro e Norte do País, o início de um processo irreversível de alteração das tradicionais formas de construir. No litoral, marcam também o início dos tempos do veraneio, dos banhos no mar e, consequentemente, de uma procura desenfreada de espaços de habitar na orla marítima que, rapidamente, se transformará num espaço descaracterizado.

Apúlia. Esposende. 7 de setembro de 1996



quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Vila Real: uma montanha, um rio, uma cidade

[doze exp 06] Vila Real tem uma implantação muito singular no contexto do urbanismo português das cidades médias. O seu centro histórico, a urbe medieval, foi erguida num promontório sobre a confluência do rio Cabril com o Corgo. Trata-se de um desnível muito acentuado. Esta posição seria determinante para a escolha do local de edificação da primeira central hidroelétrica de fornecimento de energia elétrica a uma cidade. Foi Emílio Biel que construiu a central que daria origem à substituição da iluminação a azeite, ou outro combustível, pela, muito mais limpa, eletricidade. Hoje permanecem, expressivas, as ruínas dessa central que, no entanto, teria outras funções após o seu encerramento. Mas Vila Real é também a proximidade da serra do Alvão, ou outros elementos patrimoniais tão diferentes entre si como o Santuário rupestre de Panoias o a torre medieval de Vila Marim. A exposição mostrou esta diversidade de patrimónios.
Vila Real. 2015

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Casa das Obras — Vila Boa de Quires

[pst 232] "Uma das mais impressionantes construções barrocas do País, a Casa de Vila Boa de Quires não chegou a ser terminada e dela resta apenas a dramática ruína que é a sua imponente fachada, a atestar o projeto ambicioso a que obedecia tal palácio. Iniciado por António de Vasconcelos Carvalho e Meneses, a riquíssima decoração de portas e janelas, em que intervêm motivos rocaille, parece confirmar que se trata de uma obra de cerca de 1760, embora também se suponha ter sido iniciada em 1740. (...) Todo o efeito cenográfico se obtém com o auxílio de uma gramática decorativa nunca ultrapassada em Portugal. E mais uma vez a planta da casa, sóbria e retilínea, continua na linha de outras casas portuguesas, concentrando o seu maior esforço na fachada". (Carlos de Azevedo — Solares Portugueses).

 
Casa das Obras — Vila Boa de Quires. Marco de Canavezes.  9 de setembro de 1996

Inquéritos [à arquitetura e ao território]: paisagem e povoamento

[doze exp 05] Nuno Faria, o curador desta exposição no Centro Internacional de Artes José de Guimarães, tinha como objetivo a reflexão sobre diversos trabalhos que procuraram no passado, e na atualidade, o registo, mais ou menos extensivo, do espaço português. Um dos pontos de partida deste projeto foi a expedição científica realizada à Serra da Estrela em 1881. Apresentei um conjunto de fotografias relativas àquela montanha feitas entre 1990 e 2015, bem como um outro painel, com 60 fotografias, com uma geografia pessoal e imagens metodológicas, desde o trabalho de campo, ao processo de edição, que passou por uma fase analógica.
Guimarães. 2016

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Edifício agrícola — Água Longa

[pst 231] Os sequeiros são uma tipologia arquitetónica frequente nas terras do milho, entre Minho e Douro. São edifícios de grande dignidade, de marcado racionalismo e de lógica construtiva simples. A arquitetura popular exterioriza aqui uma personalidade forte e uma adequação notável à função.

Edifício agrícola — Água Longa. Santo Tirso. 10 de outubro de 1996

domingo, 7 de agosto de 2016

Paisagens de Regresso - Viagem Breve à Beira Baixa

[doze exp 04] Há um grupo de cidadãos de Castelo Branco que sai regularmente para fazer fotografias. Muitas vezes ao domingo, bem cedo, faça sol ou faça chuva. Entre desenhos e fotografias vão-nos dando conta desses escapadelas, nas redes sociais, num trabalho e num diálogo muito interessante com o meio envolvente, mais ou menos próximo de Castelo Branco. Entretanto decidiram realizar uns encontros da imagem. Convidaram-me para expor o meu trabalho relativo a Castelo Branco e à Beira Baixa. Apresentei um projeto: Paisagens de Regresso: Viagem Breve à Beira Baixa.  Algumas fotografias vieram do Centro Cultural Raiano, muitas outras, nunca mostradas, levei-as comigo. As mais antigas são de uma viagem à Beira Baixa, em 1988, as mais recentes são de 2014. Os meus agradecimentos a Carlos Matos, Carlos Semedo, Alice Batista, José Costa e Henrique Trindade, pelo trabalho desenvolvido em Castelo Branco.

Castelo Branco. 2015

sábado, 6 de agosto de 2016

Vila Meã

[pst 230] O pequeno largo de Vila Meã situa-se à beira da estrada entre Ataíde e Real, próximo de Amarante. Tem uma escala singela e, em torno do pelourinho, os poucos edifícios conformam um espaço equilibrado e poupado a uma urbanização recente que tudo altera à sua passagem.

Vila Meã. Amarante. 9 de setembro de 1996

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Cesariny, em casas como aquela

[doze exp 03] Fotografias feitas em 2003 na casa de Mário Cesariny, que nunca tinham sido expostas em conjunto. Era o retrato de um pequeno e denso mundo habitado por um dos criadores mais desconcertantes e enigmáticos do século XX português. A casa era, de algum modo, a face viva de um homem imparável.
Lisboa. 2015

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Casa de Amadeu de Souza Cardoso

[pst 229] O pintor Amadeu de Souza Cardoso partira para Paris em 1906. Depois de um convívio próximo com os valores mais altos da arte ocidental de então, regressa a Portugal após o início da guerra em 1914. Em 1916, relacionado com intelectuais de vanguarda como Almada Negreiros ou Fernando Pessoa, organizou duas exposições, no Porto e em Lisboa, que causaram grande escândalo nos meios culturais da época. Aqui, na casa de seus pais, em Manhufe, continuaria o seu trabalho. A guerra acabava em 1918 e, numa altura em que se preparava para regressar a Paris, morre de «gripe espanhola». Foi uma das expressões mais singulares e inovadoras da arte portuguesa.
Casa de Amadeu de Souza Cardoso — Manhufe. Amarante.  9 de setembro de 1996

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Retratos de Leitura

[doze exp 02] Esta foi a segunda edição de uma iniciativa do programa Ler+, comissariada por Fernando Pinto do Amaral, de exposição de um conjunto de fotografias de leitores, nas montras de um edifício na avenida 5 de Outubro, em Lisboa. Cinco fotografias, cinco personalidades de distintas áreas. Fernando Pimenta, desportista de alta competição; Maria Ana Bobone, cantora; Mónica Bettencourt Dias, cientista; Nuno Malato, apresentador e Vicente Wallenstein, ator. Era mais uma oportunidade de contactar pessoas muito interessantes e navegar por mares pouco frequentes no trabalho que desenvolvo, o retrato.

Lisboa. 2015

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Igreja de Vairão

[pst 228] A igreja de Vairão integrou um antigo mosteiro beneditino situado nas terras da Maia. A sua arquitetura é de raiz medieval, mas foi profundamente alterada durante o século XVIII, quando muitos dos cenóbios daquela Ordem tiveram o mesmo destino. Aqui foi poupada a antiga cabeceira, sendo transformada em coro da nova igreja. Estes vestígios mais remotos diferenciam-se claramente das reconstruções posteriores, não apenas pela diferença de acabamento, mas por não se integrar de forma clara no conjunto.

Igreja de Vairão. Vila do Conde. 6 de setembro de 1996


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

12 Exposições

[doze exp 01] No dia 1 de setembro de 2015 inaugurei a exposição Retratos de Leitura. No dia 10 de julho terminou o Mundo Português, em Viseu. Passaram onze meses em que realizei doze exposições. Em todas elas há óbvios pontos de contacto que se relacionam com a matriz de um trabalho documental sobre o espaço português, mas todas elas apresentam características divergentes. Os próximos posts, aqui na Cidade Infinita, farão uma revisitação breve a essas exposições.
 
Guimarães. 2015


 

Convento de Arouca

[pst 227] O lugar de Arouca, situado num vale fértil entre montanhas, deverá ter sido fundado quatro ou cinco séculos antes da nossa era. O sítio é posteriormente romanizado e, em 716, foi destruído pelos Árabes. D. Afonso Henriques integra a vila na coroa portuguesa e concede-lhe foral em 1151, sendo posteriormente confirmado por D. Afonso II e, por D. Manuel, já no século XVI. O primitivo mosteiro foi construído em meados do século X por Loderigo e sua mulher, Vandilo. O maior desenvolvimento da casa religiosa e o seu incremento económico deu-se pela mão da infanta D. Mafalda, filha de D. Sancho I, que aqui professou e estabeleceu uma comunidade de monges cistercienses. Reconstruções sucessivas, particularmente a efetuada no século XVIII, quase não deixaram vestígios de tempos anteriores, exibindo hoje o grande conjunto edificado um desenho característico daquele período.

Convento de Arouca. 4 de junho de 1996