sexta-feira, 30 de junho de 2017

Máquinas

[esporão 06] No diálogo paradoxal com este mundo tão arcaico que parece brotar da terra, encontrava agora as adegas e toda a complexa maquinaria que apoia a produção de vinho. O processo, com exceção de algumas situações concretas, nomeadamente com a pisa a pé, é fortemente industrializado. Este era o primeiro contacto com a maquinaria e os modos de produção, bem como com o espaço de enoturismo que viria a ser alterado num futuro breve. O Esporão é um projeto de enorme dinamismo, onde se jogam grandes desafios no esforço de integração com os valores da terra, entendida de forma local e global, e da sustentabilidade. Essa sustentabilidade pode nem sempre ser benéfica nos objetivos económicos de curto prazo, mas é quase certo que se tratará de uma aposta vencedora. O desafio é também esse, ponderar fortemente todas as variáveis de um sistema complexo e dinâmico, para manter um ponto de equilíbrio. 
Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Frio

[esporão 05] Fim do outono, 3 de dezembro de 2007. Nos sucessivos regressos a um mesmo território vai sendo especialmente percetível a forma como as estações do ano modelam os lugares a céu aberto. Agora, sob o frio, havia uma paisagem que se encontrava profundamente diferente. Revisitava a torre para descobrir as arqueologias do lugar. Este é um espaço de povoamento muito antigo. Se a torre teve a sua construção original no século XIII, a região é pontuada por marcas bem mais arcaicas. O megalitismo é muito presente no Alentejo, bem como as fases civilizacionais subsequentes. 
 
Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007
 
Herdade do Esporão, museu arqueológico, Reguengos de Monsaraz. 3 de dezembro de 2007

Céu limpo

[esporão 04] A primeira deslocação a esta paisagem seria constituída por dois dias de trabalho. Se no primeiro dia o céu estava com algumas nuvens, agora, vinte e quatro horas depois, 9 de outubro de 2007, o céu estava limpo. Era talvez mais perceptível o grande chão plano, o extenso horizonte, como se de um mar se tratasse. A polarização efetuada pela torre de raiz medieval, que com o portal de uma cerca, há muito demolida, e a capela definem elementos chave na estruturação daquela paisagem extensa. Havia também o diálogo distante com os silos de cereais, localizados junto à estação desativada de Reguengos de Monsaraz. Formas arquitectónicas verticais em lugar acentuadamente plano, primitivas e contemporâneas, de marcar o território, de afirmar uma posição.
 
Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 9 de outubro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 9 de outubro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 9 de outubro de 2007
 

terça-feira, 27 de junho de 2017

Primeiro dia

[esporão 03] O dia 8 de outubro de 2007 seria o primeiro dia de campo. Começava uma colaboração com o Esporão, no registo fotográfico da herdade com o mesmo nome, no Alentejo, próximo de Reguengos de Monsaraz. Era o primeiro contacto com o território, com as paisagens diferenciadas, com o centro histórico, com a vinha, com o espaço mecanizado, o montado, a ribeira. Era também o contacto com ciclo dos dias e das noites do horizonte alentejano interior e a perceção de uma paisagem cósmica. Estes pareciam ser os elementos estruturais daquele lugar extenso. Com o decurso do tempo a leitura do espaço irá necessariamente evoluir, baseada num conhecimento mais fino da realidade e da forma como as estações do ano transformam sazonalmente o território, que implicam também diferentes trabalhos agrícolas. O primeiro contacto com a terra é, quase sempre, determinante sobre a forma como posteriormente, se fará o registo fotográfico. A primeira impressão desenha uma estratégia de aproximação.
 
Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 8 de outubro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 8 de outubro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 8 de outubro de 2007

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 8 de outubro de 2007
 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Dia Grande, avançar para a terra

[esporão 02] A ideia já não era recente, mas o convite para escrever um conjunto de pequenos textos sobre a Quinta dos Murças, evoluiu para uma reflexão mais alargada sobre a terra e o tempo do Esporão. São dez anos de colaboração, mais de duas dezenas de milhar de fotografias feitas. Viajarmos pelo mesmo lugar durante um tempo longo, nas várias estações do ano, transporta-nos para dimensões existenciais que questionam a nossa relação com a terra, com o espaço e com o tempo. Agora, com o Dia Grande, uma festa de celebração da terra, do chão onde caminhamos e do planeta que habitamos, encontramos mais um motivo para a escrita, acompanhada de fotografias, de uma série de publicações aqui, na Cidade Infinita, sobre o Esporão. O guião proposto será o de seguir cronologicamente as várias idas ao campo em recolhas fotográficas. Não se irão referir os vinhos ou os azeites, especificamente, mas um percurso pelas terras que os produzem, a vivência desses lugares e o seu registo pela imagem.
 
Dia Grande, Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 24 de junho de 2017

Dia Grande, Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 24 de junho de 2017

Dia Grande, Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 24 de junho de 2017
 


domingo, 25 de junho de 2017

Hoje, Esporão

[esporão 01] O tempo instável, céu carregado, com aguaceiros fortes ocasionais. Estava calor, um ambiente quase tropical. A trovoada a enunciar-se. Uma atmosfera pouco habitual para o início do verão. Era no fim o Dia Grande, que todos os anos se celebra na Herdade do Esporão, no Alentejo, próximo de Reguengos de Monsaraz. 25 de junho de 2017, hoje, é a data desta fotografia. Aqui se inicia, na Cidade Infinita, uma viagem no tempo, com um conjunto de textos e imagens, que já contam uma década de recolhas fotográficas em várias geografias da Esporão. Ao Dia Grande, de ontem e hoje, voltaremos.

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz. 25 de junho de 2017

Nota final sobre as fotografias

[funchal 56] Estas palavras decorrem de um trabalho de mapeamento fotográfico das áreas destruídas pelo fogo no município do Funchal. Este trabalho está enquadrado no estudo abrangente, sobre toda a cidade, que está a ser desenvolvido pelo Gabinete da Cidade. A fotografia joga um papel ambíguo na medida em que pode fazer imagens apelativas do horror. Não se trata de uma estetização da destruição, mas do fascínio que qualquer aspeto da realidade visível pode exercer sobre quem a observa e, ocasionalmente, se liberta de condições morais decorrentes da vida em sociedade. Um registo desta natureza toma, inevitavelmente, opções; é o apontar a câmara em determinada direção e não noutra, é a exclusão, consciente ou inconsciente, de elementos do campo de captura da imagem. Não há olhares neutros nem leituras objetivas, há aproximações a realidades múltiplas, complexas e esquivas. Na medida em que foram percorridos os espaço públicos afetados pelos incêndios, estas fotografias pretendem, por um lado, ser um documento extensivo do que foi destruído pelo fogo, por outro lado fixar a memória deste momento para que sobre situações futuras se possa intervir de modo mais preparado e esclarecido. Na segunda viagem, em maio passado já encontramos uma outra cidade. É esta a dinâmica imparável de uma cidade viva que recusa a imobilidade e a derrota.
Funchal, 2017

sábado, 24 de junho de 2017

Ler o tempo

funchal 55] Esta leitura é feita de tempo. A primeira vez que me desloquei ao Funchal foi com o objetivo estrito de fotografar a fortaleza do ilhéu. Corria o ano de 1992. Era uma encomenda do atelier Bugio; uma recolha fotográfica para apoio de um projeto de arquitetura que seria mais tarde construído e, mais recentemente, com um novo projeto de outro gabinete, completamente desvirtuado das suas memórias relacionadas com a sua primitiva função defensiva e um mirante simultâneo sobre a cidade e sobre o mar aberto. Algumas horas antes do regresso a Lisboa, fazia o percurso pedestre entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo. Era o primeiro contacto a natureza “excessiva” desta ilha. A segunda visita seria para a participação num colóquio. Em 2006 no âmbito de um projeto específico, Portugal Património, que viria a ser publicado pelo Círculo de Leitores, percorria toda a ilha, bem como alguns lugares de Porto Santo. Só 10 anos depois regressaria, em 2016, para o registo fotográfico da arquitetura de Rui Goes Ferreira, arquiteto nascido no Funchal em 1926, que, numa vida breve, viria a falecer em 1978, deixaria uma obra arquitetónica muito significativa na Madeira e no Porto Santo. Meses depois era o fogo a envolver a cidade é esse é o contexto de origem destes textos e fotografias. São, agora, as dimensões múltiplas do Funchal. Um percurso pelo detalhe de alguns dos seus recônditos lugares.
Fortaleza do Ilhéu, Funchal. 1992

Pico Ruivo, prox. Madeira. 1992
Moradia Rui Menezes (projeto do arquiteto Rui Goes Ferreira), Porto Santo. 2016

Funchal. 2016

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Fotografar o desenho do fogo

[funchal 54] Estes são os “diários” sobre uma cidade que se conhece e reconhece com os pés e com o corpo. Uma cidade percorrida pelo caminhar. Estas palavras resultam de um mapeamento fotográfico do Funchal. São textos de interpretação do visível, do espaço urbano, de algumas das relações topológicas e temporais que se podem observar na malha urbana.
Funchal. 2017
 
Funchal. 2017

quinta-feira, 22 de junho de 2017

As faces do Gabinete da Cidade

[funchal 53] Os projetos, as ideias, têm sempre um ou vários rostos. Há sempre uma teia de relações por trás desses mesmos seres que trabalham sobre objetivos definidos. A própria decisão política da criação de um gabinete para o estudo de uma cidade é uma atitude muito relevante. Deixo aqui as faces do Gabinete da Cidade que são quem, no solo do Funchal ou na sua representação, desenhada, fotografada, escrita, reflete o desejo de futuro. Amilcar Nunes, Ana Pedro Ferreira, José Gustavo Freitas, Luca Bellisai, Paulo David (coordenação), Pedro Gonçalves, Pedro Maria Ribeiro. Todos arquitetos.
[em pé, da esquerda para a direita] Pedro Maria Ribeiro, Amilcar Nunes, Pedro Gonçalves, José Gustavo Freitas e Luca Bellisai; [sentados] Ana Pedro Ferreira e Paulo David (Coordenador)

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Como continuar

[funchal 52] Avaliar resultados, ter a noção da escala do tempo, que pode ser morosa, implementar medidas; não esperar a obtenção de resultados imediatos. Perceber, da parte do poder político, a importância de um olhar claro sobre a cidade e a determinação na continuidade do estudo cada vez mais aprofundado.

Gabinete da Cidade, Funchal. 2017
Funchal. 2016


terça-feira, 20 de junho de 2017

Qual o papel da universidade neste tipo de estudos

[funchal 51] A reflexão multidisciplinar, a envolvência dos alunos, o entendimento da cidade como tabuleiro de “jogo” de experimentação, de criatividade para a exploração e proposta de relações inusitadas e surpreendentes. Chamar pensadores de outras áreas, não apenas da história, da geografia, da sociologia ou da antropologia, mas também as disciplinas da criatividade, que são menos óbvias e quase sempre esquecidas nestes processos e na construção global do conhecimento.
Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

O que pode ganhar a cidade do Funchal

[funchal 50] O que podem ganhar as cidades com o seu estudo aprofundado é a consciência de si num mundo global, é o conhecimento claro da sua especificidade e singularidade num contexto planetário, é o caráter de “arte” do seu património, dos seus arruamentos, da relação com o solo e a paisagem envolvente. As cidades portuguesas têm, quase sempre, características muito próprias devido à sua antiguidade e ao terem sobrevivido incólumes a duas grandes guerras.
Funchal. 2017

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O significado para a arquitetura

[funchal 49] O significado deste labor, do Gabinete da Cidade, para a Arquitetura, como disciplina, pode ser o mostrar que a arquitetura é muito mais do que o projeto de edifícios, é sobretudo a construção de pensamento e reflexão sobre o habitat humano e, cada vez mais, o enquadramento das atividades humanas num planeta em célere transformação e perda de espaços de referência de natureza. Talvez trazer a natureza para dentro das cidades e não expulsá-la.
Funchal. 2017

Funchal. 2017
 
Funchal. 2017

Algumas medidas a serem concretizadas

[funchal 48] Apresentar publicamente o trabalho realizado, chamar a cidade ao debate, expor todo o conhecimento produzido, discutir de forma aberta possibilidades imediatas de intervenção específica na malha urbana, sem deixar de pensar nas mais demoradas e ambiciosas propostas para um tempo longo, porventura não conciliáveis com os ciclos políticos eleitorais.
Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

domingo, 18 de junho de 2017

O que poderá fazer o Gabinete da Cidade

[funchal 47] Caminhar, conhecer com os pés no solo, a céu aberto. Entrar no interior de alguns dos seus edifícios históricos. Estudar nas mais diversas fontes, mesmo relativas a outros espaços distantes, a natureza específica do Funchal; refletir leituras e interpretações; fazer, desenhar, revelar; propor ideias concretas sem temer a ousadia; comunicar, transmitir uma necessidade e uma urgência de transformação; implementar, com o auxílio do poder político, projetos amadurecidos com a determinação do bem fazer, do conhecimento da terra.
Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

Funchal. 2017

A criação do Gabinete da Cidade

[funchal 46] Sobre o Gabinete da Cidade, no Funchal, coordenado pelo arquiteto Paulo David, serão agora apontadas algumas palavras. As cidades terão que ser cada vez mais valorizadas, exploradas, conhecidas pelo olhar sensível de quem as estuda e quem as percorre todos os dias, de quem cultiva uma sensibilidade capaz de descodificar algumas das suas subtilezas e detalhes menos evidentes. A reflexão atenta sobre as suas especificidades. No caso da arquitetura há uma sensibilidade especial baseada no desenho, na análise cuidada da cartografia urbana, nos documentos fotográficos da passado, da análise da passagem do tempo pela leitura de bibliografia, mas também, sobretudo, das texturas e matérias dos seus edifícios e outros elementos. Os arquitetos, pela sua formação, têm um olhar transversal e multidisciplinar.
Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

sábado, 17 de junho de 2017

Uma realidade que se ergue do conhecimento

[funchal 45] Há um trabalho árduo ao longo de meses. São desenhadas peças soltas, mapas setoriais, juntam-se livros, estudos, palavras, pensamento. Quando se começam a sobrepor as peças desse puzzle é com incontido espanto e perplexidade que vemos “erguer-se” uma nova realidade, como uma nova cidade, transparente e luminosa, inquieta. Há um conhecimento que se leva a um ponto antes não tentado. Surgem propostas de intervenção, ambição de transformar de forma qualificada, propor mudanças para um tempo que não é imediato, mas que poderá estruturar os fragmentos dispersos de urgências perdidas num passado mais ou menos recente. Este é o trabalho dos arquitetos, dos desenhos por si efetuados, é o ponto de partida para uma cidade nova que interpreta sabiamente as múltiplas dimensões da urbe, que identifica e reconhece todos os seus nomes, todas as suas faces, o sentido, a matéria e a cor do seu tempo.
Planta do Funchal, Gabinete da Cidade, Funchal. 2017

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Detalhe oculto revelado

[funchal 44] Um trabalho da natureza deste que está a ser desenvolvido pelo Gabinete da Cidade tem o mérito de pôr a descoberto as múltiplas dimensões de uma cidade, as suas camadas diferenciadas, os seus nichos e lugares recônditos, de revelar aspetos menos conhecidos, de mostrar as relações topológicas que não são evidentes, são o tornar mais claro o desenho de espaço e tempo de uma cidade que se ergue continuamente ao longo de séculos.
 
The Old Blandy Wine Lodge, Funchal. 2017

Convento de Santa Clara, Funchal. 2017

Convento de Santa Clara, Funchal. 2017
 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Propor desenho

[funchal 43] Refundar a cidade histórica; o trabalho do gabinete da cidade é estudo da malha urbana, do património, do apontar o dedo às perturbações e descontinuidades. Propor desenho, arquitetura, urbanismo, fluidez, entendimento e interpretação de uma realidade espacial complexa. Saber ler as texturas das cantarias vulcânicas, o envelhecimento das madeiras, as curvas suaves dos arruamentos, as esquinas, os desníveis e as paredes vulcânicas, as árvores gigantes, as subtilezas do tempo longo, o caminhar dos habitantes da cidade
Funchal. 2017

Funchal. 2017

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Regresso

[funchal 42] De partida, não vamos poder olhar o Funchal da mesma forma com que olhámos para a cidade três dias antes. Descobrimos uma cidade pelo desenho do fogo. A progressão das chamas revelou, afirmou, a estrutura natural do lugar, as montanhas e, sobretudo, as ribeiras, serpentes de vida. Foi pelas ribeiras que o fogo progrediu, como se nessas vias de relação com a montanha estivesse escrita a mensagem de um necessário entendimento da Natureza. São as ribeiras que ligam as montanhas ao mar, são as ribeiras que continuarão a desenhar o território, a nele deixar a sua mais permanente marca.
Funchal. 2016
 
Funchal. 2016

Funchal. 2016

Funchal. 2016