sábado, 3 de junho de 2017

Recôncavo recôndito

[funchal 21] Chegamos ao limite da subida. À nossa frente ergue-se uma parede vertical de largas dezenas de metros. O caudal da ribeira de Santa Luzia precipita-se das terras altas sobre uma lagoa. O lugar tem a forma de um recôncavo que se abre para sul, na direção do mar, mas este não é daqui visível. Estamos no coração de um lugar mágico, em plena natureza, não longe do Funchal. É como se ali, entre a cidade atlântica e as montanhas, estivesse escrita a essência daquele território e do seu povoamento humano. Ali estamos num espaço primordial. Questionamos a matéria “perplexa” de um planeta imenso, questionamos os nossos passos sobre a terra, o nosso erguer como espécie biológica que tudo isto partilha com outras inúmeras espécies. Esta é a nossa casa comum. As cidades são territórios de invenção, experimentação e fuga. São a invenção de uma realidade paralela ilimitada.

Ribeira de Santa Luzia, Funchal. 2017

Ribeira de Santa Luzia, Funchal. 2017

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