[funchal 39] O antigo paiol é o mirante de onde olhamos ao longe as áreas queimadas, os lugares, um a um, onde o fogo se insinuou na malha urbana. Parece que adivinhamos a sua progressão ao redor da grande cidade, como uma dança trágica de labaredas aleatórias ocultadas por um fumo denso, um fogo poderoso e sem artifício, verdadeiro. Mas, dos relatos escutados, e das imagens que nos foi possível observar, depreendemos que houve uma grande aleatoriedade na evolução do incêndio. O calor era imenso e os ventos irrequietos, repentinos, revoltos em direções improváveis. Percebemos que não haveria corpo de bombeiros capaz de combater esta realidade. Como pôde então ser contido o fogo no seu avanço sobre o centro da cidade? Questionamo-nos depois de concluído o reconhecimento pelo perímetro negro ao redor da cidade.
Funchal. 2016 |
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