sábado, 10 de junho de 2017

Terra

[funchal 35] As ribeiras de São João, de Santa Luzia e de João Gomes são a incursão de Natureza na malha urbana, trazem a montanha, a expressão geográfica mais forte e intensa da Madeira, para o centro da cidade. As duas últimas tragédias foram transportadas pelas ribeiras. Nas cotas baixas permanecem as obras de regularização das paredes e solo dessas linhas de água. É ainda o resultado de uma intervenção ditada por essa tragédia maior que foi o dia 20 de Fevereiro de 2010, quando chuvas inusitadas se transformaram em caudais destruidores. Curiosamente foram as ribeiras, com as suas paredes seculares, construídas em pedra, que melhor resistiram aos violentos caudais. O problema não estava nas ribeiras, mas em situações pontuais em que, a montante, se construiu no seu leito de cheia. Essas obras de betonagem das paredes, depois de concluídas, certamente não vão evitar cheias maiores, com aquelas que aconteceram. Haverá sempre tragédias que não se vão poder evitar, que vão ser imprevisíveis, é o que nos diz a história do planeta que habitamos e do povoamento humano dos lugares.
Funchal. 2017

Funchal. 2017

Funchal. 2017

Funchal. 2017

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