[depois do tempo 06] Estes são lugares para viagem mas não são destinos turísticos, monumentos. Podem ser uma enorme diversidade de sítios, de espaços marcados pela ação humana, bem com paisagens onde praticamente não é percetível a pegada da nossa presença. Não são lugares fáceis, ou simples. São, muitas vezes, lugares de jogo e descoberta, são o entrar dentro de uma significação ambígua, são como a conquista transparente de um território. É a descodificação de gestos primordiais, de uma apreensão humana da terra, da paisagem. É a construção das cidades contra a “hostilidade” do campo aberto, da Natureza. Lugares para o entendimento do “outro”, nas fragilidades refletidas em nós próprios. [Esta é a última publicação da série depois do tempo].
Fotografar um território vasto. Procurar em Portugal as raízes de uma identidade coletiva que se perde num tempo longo. Construir um arquivo fotográfico. Reinventar uma paisagem humana, uma ideia de arquitetura, uma cidade nova.
sábado, 29 de dezembro de 2018
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
Memória
[depois do tempo 05] As memórias de um espaço fixado pela fotografia são as memórias da própria vida. Quando olhamos para trás, percorridos centenas de milhar de quilómetros, vemos um espaço imenso, difícil, cada vez mais difícil, de objetivar. Trazemos um conjunto vasto de fotografias, tentamos fixar o que foi essa grande e única viagem. O que fica nas imagens não são os lugares que registámos, mas uma complexa realidade de espaço-tempo em “fuga”. Procuramos os lugares que habitamos e o retrato de uma cultura. Encontramos o desenho de um percurso civilizacional vertiginoso, de afastamento da natureza, num perigoso limbo de apagamento das raízes do nosso próprio ser.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Fotografias
[depois do tempo 04] Esta é uma forma de fotografar. Aqui, por um lado, a fotografia é um modo de relação com a paisagem, um ato performativo, quase uma dança de silêncio, pés no solo, cabeça ao alto. Essa mesma fotografia, por outro lado, é um veículo de transporte e comunicação. As imagens deixam de ser “objetos” isolados, para se aproximarem de uma ideia de alfabeto, de frase, de texto composto, mensagem que existe fora da sua própria forma, do seu desenho. É a fotografia como pensamento reflexo da matéria. Mais do que representam, as fotografias são a vertigem do tempo contemporâneo, de uma urgência de fusão entre arte, poesia e ciência, mundo quântico, partículas explodidas em viagem aleatória pelo cosmos. Nós próprios somos as partículas de uma muito efémera união de átomos, complexa arquitetura de vida. E o que trazemos de novo aqui, que não conhecemos ainda de outros planisférios, é essa arquitetura vertida em vida breve. Construímos o nosso espaço, fazemos as cidades, que são a nossa própria condição, hoje, de sobrevivência, antes da partida em viagem sem regresso.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
Um dia
[depois do tempo 03] A madrugada amanhecera escura e chuvosa. 4 de abril de 2018. A jornada prometia ser pouco rentável. A luz, o céu “carregado”, simultaneamente, era um apelo, era a explicação dessa água abundante em terras do Minho. Correntes vigorosas, os rios fora do seu leito. Eram 7h10m quando fiz a primeira fotografia, já em território vimaranense; a última seria registada às 19h19m já ao anoitecer. Neste intervalo de 12 horas e oito minutos fiz 19 momentos de fotografias de duração variável, com 18 pausas entre eles. As pausas eram devidas a diversos motivos como a chuva, a análise da cartografia, a deslocação em automóvel entre pontos para registo fotográfico, ou alimentação e descanso. Se somarmos os 19 momentos em que decorreu o trabalho fotográfico obtemos uma duração total de 8 horas e onze minutos (no total, as pausas perfizeram 3 horas e 57 minutos). Relativamente às quantidades de fotografias feitas em cada momento, estas variaram entre as 570 e as 18. No total, neste dia, foram feitas 3.386 imagens. Ao contrário das expectativas iniciais, foi um dia particularmente intenso. Se dividirmos o conjunto de todas as fotografias pelo tempo de trabalho obtemos um rácio de 6,89 fotografias por minuto, ou uma fotografia por cada 8 segundos e 70 centésimos.
Esta jornada de mapeamento fotográfico do território de Guimarães foi realizada no âmbito do trabalho Arte da Terra, coordenado pelo Laboratório da Paisagem. As horas apresentadas são aquelas que constam dos ficheiros de imagem gerados pela câmara fotográfica. Foi, até ao presente, o dia em que fiz mais fotografias num intervalo de 24 horas.
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
Memória descritiva
[depois do tempo 02] Os três núcleos de fotografias são independentes, mas estabelecem relações topológicas, e temporais, entre si. O primeiro núcleo é composto por um conjunto de 16 dípticos. São fotografias feitas em diferentes pontos do concelho de Guimarães, em que cada conjunto de duas imagens é captada no mesmo lugar mas em tempos diferentes, quase sempre com uma década e meia, aproximadamente, de intervalo. As únicas fotografias da cidade de Guimarães apresentam um hiato temporal de 31 anos.
Na parede oposta a este primeiro conjunto são apresentadas cinco linhas com um número variável de imagens. São fotografias de diferentes aspetos do território do município de Guimarães. A linha mais elevada foca o território do concelho, lugares agrícolas de mais baixa densidade populacional. A seguir temos o centro histórico da cidade, sobretudo ao redor de algumas das praças mais emblemáticas da urbe antiga. A linha intermédia aborda dois lugares emblemáticos da paisagem vimaranense, a Citânia de Briteiros e a Penha. São como que dois lugares fundacionais de todo este povoamento humano. Na linha seguinte voltamos à cidade, desta vez para observarmos alguns aspetos próximos do centro muralhado, mas que são exteriores a este perímetro. A linha inferior apresenta algumas semelhanças com a primeira, pois ambas abordam o espaço agrícola, mas ao contrário daquela, esta mostra perspetivas próximas do centro da cidade, não apenas de uma ruralidade em perda, mas também de parques da cidade.
Um terceiro núcleo “fala” um pouco das metodologias de trabalho num processo de mapeamento fotográfico da paisagem, seja ela natural, rural ou urbana. Este último núcleo subdivide-se em três blocos. Um primeiro bloco conta-nos a “história” de um único dia de trabalho fotográfico e são mostradas a totalidade das 3386 imagens realizadas nessa ocasião. O segundo bloco, ao centro, mostra três linhas de levantamentos fotográficos, bastante diferenciados, feitos em 1987, 1996 e 2003. Segue-se um mapa da área do concelho de Guimarães com a implantação de todas as fotografias aí realizadas em mais de 30 anos, um mapa de Portugal com a implantação de todas as fotografias feitas em território continental. Por fim são também mostrados alguns textos breves de amarração de todo este trabalho. Seguem-se ainda algumas fotografias de processo da construção da exposição. Um último bloco já não é apenas relativo a Guimarães mas às metodologias de trabalho associadas à forma como é encarado este modo de usar a fotografia. São cinco colunas, em que uma primeira, à esquerda, é sobre o caminhar, a segunda é sobre o desenhar, ou fotografar, depois temos imagens soltas de vários trabalhos desenvolvidos ao longo das duas últimas décadas. Nas duas últimas colunas, o processo de arquivo antecede a revelação aspetos informais da comunicação deste trabalho sobre o espaço português, são as exposições e os livros.
domingo, 23 de dezembro de 2018
Depois do Tempo
[depois do tempo 01] A exposição Depois do Tempo percorre um hiato temporal de 30 anos, desde uma primeira fotografia, feita em abril de 1988, até ao presente. Procurámos descrever uma cidade e a sua paisagem envolvente. Sobre o solo está desenhada uma teia evolutiva de complexidade crescente. Vislumbramos possibilidades de sentido em que tempo, espaço e os fazeres humanos se entrelaçam. É o diálogo entre matérias e formas, aparentemente desconexas, para mostrar Guimarães e o seu território circundante. É um modo de revelar processos de relação com a terra, com as tecnologias de captura da imagem pela fotografia, pelas manualidades associadas aos processos de comunicação de conceitos, linhas de pensamento. É o discurso construído entre a imagem da cidade e uma forma possível de a representar.
A exposição é composta por uma introdução e três núcleos de fotografias. A introdução é composta por duas fotografias, feitas sensivelmente do mesmo lugar, do alto da penha, com uma vista abrangente sobre a cidade de Guimarães e o seu território envolvente. Estas duas imagens estão separadas por um hiato temporal de 22 anos, e por uma tecnologia que evoluiu do analógico para o digital. A exposição estará patente até ao dia 30 de dezembro de 2018.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Cemitério de Barrancos
[procurar um país 160] Quase como uma última fotografia. As formas humanas, soubemo-lo muito depois, construíram a linguagem. Os nomes dados a tantas coisas. Esta é a terra que nos gerou, devemos-lhe esse tributo de gratidão, de respeito, será a base do futuro da vida. [Esta é a última publicação da série Procurar um País].
144. Cemitério de Barrancos. 1995 |
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
Santa Maria de Aguiar
[procurar um país 159] Olhamos para algumas fotografias como para um espelho, como se, num hiato, nos fosse possível transformar o passado que habitamos e hoje vivermos a pacificação de tempos duros. O próprio ser fantasmático deixado sobrevivente e plano sobre o frio.
143. Convento de Santa Maria de Aguiar. Figueira de Castelo Rodrigo. 1989 |
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Túmulo de Dom Pedro I
[procurar um país 158] Um rosto procurado, como se nas suas linhas estivesse desenhada a nossa história, a claridade impossível de um percurso descontínuo, tantas vezes errático. Revisitamos o passado como se, assim, nos fosse possível hoje, conciliar tempos e momentos tão diferentes que habitámos no passado, por vezes de uma memória dura, de sofrimento, dor, outros de pausas luminosas.
142. Túmulo de Dom Pedro I. Mosteiro de Alcobaça. 2000 |
domingo, 9 de dezembro de 2018
Calvão
[procurar um país 157] A estranheza perplexa dos homens e mulheres de pedra que olham a paisagem. Poderia ser um retrato de uma comunidade que perscrutam a paisagem, que interroga o seu significado, procurando, assim, a sua própria condição. É este, também, o significado deste trabalho fotográfico, aprofundar, sucessivamente o olhar, o pensamento, a conversão de imagem em palavra. Ou tentar atingir um novo significado para a imagem.
141. Calvão. Chaves. 2001 |
sábado, 8 de dezembro de 2018
Meimão (?)
[procurar um país 156] Um burro pode significar a envolvência do mundo rural, o atravessamento de tempos longos e difíceis na conquista da cidade como território de afastamento à natureza intacta imprevisível e dura. Companheiro de trabalho e meio de transporte, é espelho e reflexo de nós próprios. É o diálogo com olhares não humanos, consciência de partilha de um planeta comum.
140. Meimão(?). Penamacor. 1988 |
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
São Bento da Vitória
[procurar um país 155] No interior da uma igreja o dorso de um anjo, a história de uma fotografia. Este é o imaginário do transporte, do discurso da eternidade, do ultrapassar no limiar da morte. Voamos nas asas de um anjo, uma inexistência. Sempre procurámos, em símbolos, horizontes altos que nos permitam superar a morte, o fim, o vazio.
139. Igreja de São Bento da Vitória. Porto. 2001 |
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Sala das Estátuas
[procurar um país 154] uma sala povoada de figuras brancas, a sala das estátuas, modelos para a fixação da história humana, símbolos de momentos de uma caminhada coletiva em que alguns tomaram o poder por motivos e circunstâncias específicas. São também a reunião inusitadas de olhares diferentes dentro de um espaço contido e imóvel, como que um segredo de humanidade, de civilização, de sonho, luta continuada.
138. Sala das Estátuas. Campo de Santa Clara. Lisboa. 2003 |
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
Palácio de Estói
[procurar um país 153] Uma ideia de beleza clássica. Subimos a escada de um requinte perdido. Ocultar o vazio de um tempo que não volta. A terra está repleta de marcas, de signos, e elementos que urge descodificar, transformar em linguagem corrente, de ligação e integração numa outra narrativa, na literatura nova do tempo hoje.
137. Palácio de Estói. Faro. 1996 |
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Alfarela de Jales
[procurar um país 152] A representação de toda a humanidade, uma imagem de Jesus. Para retratar o humano procuramos uma imagem múltipla de um dos símbolos maiores da cultura Ocidental. As variações na sua representação indicam a efémera complexidade de um rosto perdido à procura da eternidade.
136. Cruzeiro. Alfarela de Jales. Vila Pouca de Aguiar. 2003 |
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Couto de Cima
[procurar um país 151] Uma aldeia da região de Viseu é a dimensão doméstica e perturbadora de figuras do quotidiano. A intervenção em espaços pouco comuns. Um mundo que nos surpreende pela delicadeza do seu detalhe. É a perturbação de uma continuidade de vazios sucessivos, de quotidianos de luta. Rostos que nos interpelam na sua separação, nos números associados, mensagens sem código, conceitos perdidos para o desenvolvimento de partidas desconexas para novas viagens, novos horizontes de desconhecido.
135. Couto de Cima. Viseu. 2002 |
domingo, 2 de dezembro de 2018
Almodôvar
[procurar um país 150] Os bombeiros metálicos são irónicas presenças humanas no espaço urbano de uma vila do Sul de Portugal. Almodôvar. O dinamismo da representação contrasta com o território que envolve o lugar. Calmaria e horizontes vastos. O detalhe da escultura, feita de imensas peças metálicas reutilizadas, de função perdida, é também o oposto da paisagem límpida e longínqua do Alentejo. (Escultura de Aureliano Aguiar.)
134. Almodôvar. 2002 |
sábado, 1 de dezembro de 2018
Mulher
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
São Gens
[procurar um país 148] É o universo religioso com as suas múltiplas criações de figuras mitológicas reflexo de um tempo concreto. O branco da cal e a policromia em representações esquecidas, que falam para o vazio de um território em abandono. É o transporte a um um tempo antigo de cores que se perderam. Tourém, 1988, capela de São Gens, um dos locais mais a norte desta região, uma “península” que avança por terras espanholas. Mundo rural limite.
132. Capela de São Gens. Tourém. Montalegre. 1988 |
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
Agripina
[procurar um país 147] Um nome, Agripina Minor. Hoje uma mulher imortalizada, mármore branco. Histórias, literatura, narrativas para a invenção de um futuro breve. Cabelos em caracóis mínimos, de detalhe estranhamente belo, revelam um quotidiano perdido em milénios. É uma mulher que nos transporta ao presente, que nos mostra um salto no tempo de que perdemos as pedras do caminho. A delicadeza inquietante de uma obra de arte. O inexplicável de um fazer, de um gesto tentado, conseguido.
131. Agripina Minor. Museu de Faro. 2004 |
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Ídolo
[procurar um país 146] Figuras de tempos antigos que nos interrogam. Fontes urbanas em lugares ocultos. Cidades maiores. Braga foi uma importante cidade do Império Romano, na Península Ibérica. Hoje, a descoberto, são poucos os vestígios deixados por esse período civilizacional. A Fonte do Ídolo permanece, com as suas figuras que hoje parecem interrogar-nos, como que num diálogo de silêncio, entre seres de tempos distantes, de línguas desconhecidas. O espanto de parecer sermos os mesmos.
130. Fonte do Ídolo. Braga. 1995 |
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Santa Clara-a-Velha
[procurar um país 145] Há qualquer coisa cinematográfico nalgumas situações, nalgumas fotografias. Há um imaginário que parece querer ter associado o movimento, a narrativa, a passagem do tempo. Estranheza como modo de habitar. Jogo da vida em lugar inusitado.
129. Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Coimbra. 1988 |
domingo, 25 de novembro de 2018
Rio Côa
[procurar um país 144] Viajar com amigos, partilhar as experiências, no momento, em comunidade, muitas vezes no silêncio do espanto. Parar. Contemplar um planeta fascinante. Lugares imensos onde nos leva o grande rio da vida. São as memórias fixadas em fotografias que se encontram muitos anos mais tarde quando as luzes dos povoados humanos parecem refletir o cosmos estrelado.
128. Rio Côa. Algodres. Figueira de Castelo Rodrigo. 1996 |
sábado, 24 de novembro de 2018
Noites Frias
[procurar um país 143] O espanto das noites frias, de luar, de visibilidade densa e cristalina. As longas exposições fotográficas, a continuidade do trabalho pela noite, a procura de uma luz sempre diferente, porque a procura do belo, a representação de um fascínio que permanece, é muito essa insaciedade, continuidade na procura.
127. São Gabriel. Vila Nova de Foz Côa. 1995 |
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
Amarela
[procurar um país 142] As caminhadas antigas. O encantamento dos lugares pela primeira vez. Quando tudo era arcaico relativo a todo o tempo e espaço que entretanto passaram, quando tudo era vivido pela primeira vez.
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Gerês
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Castelo de Vide
[procurar um país 140] Um auto retrato como quem procura aquilo que nunca vê, uma imagem de si próprio. A consciência de um corpo que se desloca, de matéria viva de relação com os outros seres vivos, com o solo, dimensão geológica, com a meteorologia, com o cosmos revelado na noite. Somos imagens reflexas em máquinas do tempo que nos transportam. Somos vertigem em afastamento da natureza.
124. Castelo de Vide. 2011 |
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Sombra
[procurar um país 139] Uma sombra como quem procura uma imagem de si próprio, dados para a fixação de uma identidade fugidia. Forma de nos representarmos nas próprias paisagens. Esta é, no fundo, a imagem final que procuramos. Temos a companhia solitária de nós próprios. Consciência momentânea de, apenas, sermos. Primeira e última imagem. Mistério dos passos na consciência de si.
123. Serra do Gerês. Montalegre. 2014 |
domingo, 18 de novembro de 2018
Rio Sabor
[procurar um país 138] Os elementos estruturais de um planeta, a repetição de um caminhar milenar. Um rio como uma barreira impossível de atravessar. Como se procurasse recursos de sobrevivência. Na impossibilidade, ou recusa, talvez, de nos representarmos a nós próprios, ficam os objetos que nos acompanham em caminhada.
122. Rio Sabor. Torre de Moncorvo. 1999 |
sábado, 17 de novembro de 2018
Mapa antigo
[procurar um país 137] Um mapa antigo desenhado com os seus imensos detalhes e toda uma imensa toponímia. Os mapas são as tentativas desenhadas, sempre em evolução, para a representação dos territórios, para o conhecimento da terra. Desenho de algo que se procura e que constantemente nos escapa, o nosso próprio mundo de sonhos, reflexo ímpar do tempo e da face dos seus criadores
121. Mapa. Biblioteca Nacional de Portugal. Lisboa. 2008 |
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
Vilarinho das Furnas
[procurar um país 136] Vilarinho das Furnas é como uma cidade antiga transformada em mapa, esvaziada de todo o seu detalhe de quotidiano, de habitantes dispersos pelo mundo. Em 1971 foi concluída a barragem de Vilarinho das Furnas. Começou então o enchimento da albufeira. Os últimos habitantes do lugar teriam que ser retirados compulsivamente pela Guarda Nacional Republicana. Hoje é uma albufeira que esconde um lugar fantasma que raramente se torna visível.
120. Vilarinho das Furnas. Terras de Bouro. 1989 |
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Curalha
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Fonte Arcada
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Praia do Tonel
[procurar um país 133] Pedras que são mapas, que são desenhos. Um ponto de paragem para leitura da paisagem. Seguir outro caminho, inicialmente não previsto. Conhecimento que flete face aos novos dados que se encontram. Este é o mapa de todas as viagens, de todos os tempos, mas também o fragmento dessa interminável viagem desenhada em múltiplas superfícies.
117. Praia do Tonel. Odemira. 2014 |
sábado, 10 de novembro de 2018
Pedra Cobra
[procurar um país 132] A pedra da Lufinha é um labirinto desenhado numa rocha, a céu aberto, que chega até hoje como um enigma a resolver. Foi esculpido antes da escrita, foi, talvez, um passo evolutivo que conduziu à palavra. São já representações simbólicas do mundo. A “palavra” representa uma conquista que foi sendo sucessivamente aperfeiçoada ao longo de milénios.
116. Pedra Cobra. Lufinha. Viseu. 1996 |
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