[Botelho 01] No dia 13 de novembro de 2021 fotografei a casa da Régua. Três semanas mais tarde, no dia 3 de dezembro, à tarde, depois de ter registado a casa de Amarante, concluía o levantamento fotográfico de um conjunto de 18 obras de arquitetura de Manuel Botelho. Estas imagens dão conta dessa viagem célere. Volumes claros, janelas imensas, ínfimos detalhes, discretos pontos de luz, paisagens interiores desenhadas em pequenos pátios, a precisão de um ponto de vista sobre o exterior, escadas desprendidas, corredores cinematográficos. A obra de Manuel Botelho tem erudição e atemporalidade, alimenta-se de alguns mestres, liberta-se em experimentação contida, com uma forte marca identitária. Trabalha a escala da globalidade dos edifícios com o mesmo cuidado dos mais pequenos pormenores. A obra subsiste, resiste. Evitemos o apagamento lento desta utopia, deste genuíno labor, a imersão de um homem na profundidade maior do desenho. Uma história discreta e silenciosa. A continuidade indefetível de uma procura desenvolvida entre dificuldades várias, contrariedades. Olhamos estes edifícios e sentimos nunca ter havido limites impostos às possibilidades da arquitetura.
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Casa da Régua. dg1068478. 2021 |
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Casa da Maia. dg1069566. 2021 |
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Casas de Valadares, Vila Nova de Gaia. dg1074902. 2021 |