sábado, 31 de maio de 2014

Vestígios mínimos

[Pomarão-Mina de São Domingos 12] O solo da Mina apresenta uma enorme diversidade de materiais, de cores, de formas e de texturas. Talvez se possa contar toda a sua história através destes vestígios mínimos. São sinais que o tempo tem vido a apagar mas que, de qualquer modo, permanecem.
 
Solo da Mina de São Domingos. Mértola. 2014





sexta-feira, 30 de maio de 2014

Águas negras

[Pomarão-Mina de São Domingos 11] Quem caminha de sul, depois de percorrido mais de metade do itinerário ferroviário, começa a encontrar vestígios da atividade mineira. Há algumas construções, hoje muito arruinadas, pelo percurso, mas o que mais surpreende talvez sejam as primeiras águas da ribeira de São Domingos. Domina uma cor castanha, amarelada junto às margens. São as águas negras, extremamente poluídas, que permanecem no local.
Ribeira de São Domingos. Mina de São Domingos. Mértola. 2014

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Chão ferroviário

[Pomarão-Mina de São Domingos 10] Há um chão ferroviário que permanece sempre, muito claramente, ao longo de todo o percurso. É como uma espinha dorsal deste conjunto mineiro que estende por vários quilómetros e cuja intensidade das marcas se vai acentuando à medida que nos aproximamos do término da linha.



sábado, 24 de maio de 2014

Passagem de nível

[Pomarão-Mina de São Domingos 09] Quase cinquenta anos passaram sobre o encerramento da linha ferroviária. Perto de um cruzamento com a rodovia, um sinal de aproximação à passagem de nível sem guarda, mantém-se vertical, com a pintura negra da locomotiva cuidada ao longo do tempo.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Chulipas

[Pomarão-Mina de São Domingos 08]  Permanecem no solo raros vestígios da presença, material, ferroviária. As travessas, ou chulipas, praticamente desapareceram, ou foram levantadas. Nos pouco locais onde se encontram, estão muito degradadas pela tempo, impressionando, de qualquer forma, a sua presença e longevidade.


Ponte quebrada

[Pomarão-Mina de São Domingos 07]  Além dos túneis havia uma sucessão de pontes de reduzidas dimensões, ou pontões, que foram praticamente todas removidas, creio que na mesma altura do levantamento dos carris. Hoje permanecem as estruturas de assentamento dessas pontes.
 
Pomarão - Mina de São Domingos. Mértola. 2014


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Boca

[Pomarão-Mina de São Domingos 06]  Mas há elementos vegetais que tentam entrar no mundo da escuridão. Ficam à boca do túnel, com as folhas voltadas para a luz. Há outros detalhes, evidenciados por uma luz em quebra, que chamam a atenção do caminhante, como a disposição de pedras no solo ou a textura das paredes.
À boca dos túneis. Pomarão - Mina de São Domingos. Mértola. 2014






terça-feira, 20 de maio de 2014

Auréola

[Pomarão-Mina de São Domingos 05] Este conjunto de túneis tem uma particularidade: quase todos têm respiradouros abertos verticalmente sobre a abóbada. Alguns destes elementos têm uma altura, ou profundidade, considerável. Tomamos perceção da sua presença num primeiro encontro com uma estranha, inesperada e inquietante auréola de luz, muito ténue, projetada sobre o solo. Tem uma luz azulada e perturba a escuridão e o silêncio.
 
Túneis ferroviários. Pomarão - Mina de São Domingos. Mértola. 2014 (todas as fotografias)




segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sucessão de túneis

[Pomarão-Mina de São Domingos 04] O antigo caminho de ferro da Mina de São Domingos, percorria, na sua fase inicial, uma sucessão de túneis. São hoje construções abandonadas que impressionam pelo ambiente, pela escuridão, pela temperatura fresca nos dias de imenso calor, pela exposição da rocha. Caminhar no interior da terra, uma estranha e misteriosa dimensão visceral.
Túneis do itinerário ferroviário Pomarão - Mina de São Domingos. Mértola. 2014 (Todas as fotografias)
















domingo, 18 de maio de 2014

Primeiro túnel

[Pomarão-Mina de São Domingos 03] Um primeiro túnel, bem perto do Pomarão, faz anunciar um percurso inesperado em que se sucederão vários destes elementos. É uma dimensão da paisagem industrial que impressiona por se situar numa região a que associamos a imensa planície. É mais habitual vermos túneis nas paisagens montanhosas do norte, do que no Alentejo.
Primeiro túnel do itinerário ferroviário Pomarão - Mina de São Domingos. Mértola. 2014

sábado, 17 de maio de 2014

Enxofre

[Pomarão-Mina de São Domingos 02] Poderá parecer estranho, mas impressiona, em início de caminhada, o cheiro a enxofre. As minas, e consequentemente a circulação ferroviária, deixaram de laborar há quase cinquenta anos. Permanecem muitos vestígios da atividade mineira nesta pequena aldeia, antigo porto fluvial de escoamento do minério da Mina, mas o cheiro surpreende pela permanência num tempo longo.
Pomarão. Mértola. 2014

Antigo edifício associado à via férrea. Pomarão. Mértola. 2014

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Pomarão

[Pomarão-Mina de São Domingos 01] Quando chegamos ao Pomarão, a uma pequena capela sobranceira à aldeia, impressiona a visão que temos do Guadiana, o grande rio do Sul. Aqui vamos iniciar uma curta viagem até à Mina de São Domingos, não pela estrada, mas pelo antigo itinerário ferroviário.
Pomarão. Mértola. 2014

terça-feira, 13 de maio de 2014

Tua de identidade

A Linha do Tua não representa apenas um simples trajeto ferroviário entre o Tua e Bragança. Pelos lugares que percorre, por toda a história da construção e exploração da via, a Linha do Tua simboliza um itinerário de identidade da terra transmontana e de Portugal. O seu percurso sintetiza a invulgar diversidade paisagística que atravessa e que, por sua vez, é singularidade do espaço português. Ao transporte ferroviário está associado um carácter único, uma forma verdadeiramente singular de experienciar a viagem e as paisagens que o trajecto atravessa. Em duas ou três horas de viagem entre o Tua e Bragança, podíamos observar, com perplexidade, o modo como foi possível construir uma linha ferroviária num vale profundo, ou constatar equilíbrios entre o mundo agrícola e a Natureza, ou deslumbrar-nos com paisagens fascinantes, ou percorrer pequenas aldeias com um património singular. Nessas horas, víamos coisas que nos falavam não apenas da identidade de uma região, mas do próprio carácter de Portugal.
Vale e Linha do Tua. 2008-2009. (Todas as fotografias)