[Arquitetura sublimada 13] Não nos demoramos em Coimbra e seguimos para nordeste. Acompanhamos o Mondego. Subimos à serra da Atalhada. Começamos a ver uma extensa região queimada pelos incêndios de 2017. Uma paisagem desoladora. Estamos no coração de uma ruralidade interior, pobre, hoje em processo acelerado de desertificação e abandono. Há marcas de uma anterior vitalidade agrícola um pouco por todo o lado. São elementos construídos, orgânicos, adaptados a uma função, desenhados informalmente de acordo com uma necessidade concreta. Obras de quem, da terra quase sempre escassa, procurava extrair a subsistência precária e faminta. Estas são as arquiteturas de uma civilização comum, um labirinto de marcas trabalhadas pela erosão. Câmara fotográfica na mão, continuamos, Viseu já não está longe. É esta a nossa viagem. [Esta é a última publicação desta série, Arquitetura sublimada].
Serra da Atalhada, Penacova. nb2233-26. 1996
|