[Arquitetura sublimada 11] Mas agora, no regresso a Viseu de onde partíramos para a serra da Estrela, em qualquer direção poderíamos seguir caminhos interessantes. A Beira Baixa, seria uma tentação, as terras escondidas do sopé do Muradal, ou o monte-ilha de Monsanto, Idanha-a-Velha. Tantos lugares. Mas caminhamos para sul, para a Penha do Gato. Caminhamos ao longo da cordilheira montanhosa até ao alto da serra do Açor. Daqui, olhando para trás, é claramente percetível a linha que separa um Portugal do Norte das terras mediterrânicas do sul. Seguimos para as paisagens cársicas de Sicó. Passamos ao vale das Buracas do Casmilo. Depois não podemos deixar de visitar Conimbriga, uma cidade romana abandonada com a queda do império e o mergulho na Idade Média, quando os jogos de forças dos grandes impérios, neste território, haviam desaparecido. São as mudanças civilizacionais, o desgaste das sociedades que não encontram um ponto de fuga à degradação. Hoje um campo arqueológico fala-nos desse passado. Prosseguimos. Antes do atravessamento do Mondego paramos em Santa Clara-a-Velha. Um antigo mosteiro, agora monumentalizado, que fora abandonado devido ao assoreamento do leito do rio Mondego e à progressiva subida do nível das águas ao longo dos séculos. Qualquer destes lugares traz memórias antigas que ficaram em fotografias. Em 1987 duas crianças brincavam com uma jangada naquele singular lago coberto por uma arquitetura gótica.
Vale das Buracas do Casmilo, Penela. dg856827. 2018
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