[funchal 38] Não será pela betonagem de superfícies que se vão evitar tragédias futuras, mas por uma muito maior sabedoria aplicada ao local de construção e às próprias formas e modos de edificar. A arquitetura tem de ser pensada de modo diferente, de modo mais ativo na defesa contra as intempéries. Não se pode lutar contra a Natureza, mas saber interpretar as suas dinâmicas de mudança, o seu carácter evolutivo, saber ler os sinais que ela nos dá. Todas as espécies biológicas procuram formas de equilíbrio momentâneo num meio de grande complexidade e dinamismo. A arquitetura tem que ter uma plasticidade evolutiva e o desafio do desenho integrador e de diálogo com as várias forças que se jogam na ilha da Madeira. Compromisso e cumplicidade no habitar. O respeito pela natureza específica do lugar. Se a expressão de fenómenos naturais é inevitável, ciclicamente, as suas consequências podem ser menos nefastas se a ocupação do território e as formas arquitetónicas forem desenhadas com o rigor que deriva de um olhar atento e uma investigação cuidada.
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Funchal. 2017 |
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Funchal. 2017 |
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