[doze exp 08] Tinha estado em Santa Clara-a-Velha em 1988, por ocasião de uma visita breve a Coimbra. Fizera na altura algumas fotografias do Mosteiro, com o nível da água a meio da nave. Havia miúdos a brincar com uma jangada dentro daquele espaço de grande monumentalidade. Em 2014 regressei. Mais algumas fotografias e o espanto de ali reconhecer um dos mais fascinantes e enigmáticos espaços da cultura e da identidade coletiva de Portugal. Enviei um email para a direção do monumento a propor uma pequena exposição com as fotografias de 1988. Como resposta tive o desafio de mostrar o “meu” Portugal. Apresentei uma reflexão em 14 linhas temáticas sobre um interpretação possível do espaço, do habitar e construir Portugal ao longo de séculos. 30 anos em viagem, era o subtítulo da exposição. Uma semana depois da inauguração, no início de janeiro, o Mondego galga as margens e invade, de novo, o Mosteiro. Era como uma resposta de reposição de um antiga condição que levara ao abandono do Mosteiro no século XVIII. Em consequência das cheias, a exposição esteve quase sempre encerrada ao público.
Coimbra. 2016 |
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