quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Nuvens sopradas pelo vento

Lisboa. 2012

[Lisbon Ground 17] Nuvens sopradas pelo vento, sombras projetadas, uma fina superfície de solo que se desloca lentamente sobre uma esfera interior de magma, uma topografia irregular e de matéria diversa, rios e oceanos. Sobre um mundo que fomos compreendendo, no decurso de um tempo longo, erguemos construções, modelos, desenhos de arquitetura, onde se joga o intervalo sensível entre espaço e tempo, desenhos, fotografias, textos. Projetos. Imagens de representação do território, rastos deixados por um olhar reflexo e perplexo de quem não pode deixar de se surpreender com o seu próprio labor na construção da grande cidade infinita. (Este foi o último texto relativo a Lisbon Ground)
Lisboa. 2012

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Maquinistas, comboios em greve

[Ler, fazer, caminhar 06] Abro aqui um parêntesis sobre o caminhar urbano, motivado pela greve dos maquinistas e a supressão dos comboios. As teias laborais e corporativas foram sendo construídas paulatinamente, desde o 25 de abril de 1974, de acordo com a força desses grupos e dos seus movimentos sindicais, de forma completamente autónoma em relação a tudo o resto, a todos os profissionais dos mais diversos setores. Foram criados, muitas vezes, privilégios de pequenos grupos profissionais, que nada tinham a ver com a produtividade das empresas públicas, nem com o seu valor especifico e relativo, no contexto português dessa atividade, nomeadamente com a exigência do ensino e duração da sua formação. Hoje muitos desses direitos são considerados adquiridos, imutáveis, parecem ganhar a força da própria constituição da Republica Portuguesa, que com mais frequência é esquecida, do que estes contratos de classe.
Quando estudava em Lisboa, no meu 12º ano, na Escola Secundária D. Pedro V, e posteriormente nos últimos dois anos da licenciatura em Arquitetura, depois de regressado do Porto, havia, por diversas vezes, greves de comboios. Eram dias de aventura em que não era fácil chegar a Lisboa. O transito ficava completamente caótico. Nessa altura pensava: porque não fazer o trajecto a pé? Não o haveria de fazer por me parecer demasiado distante. Recentemente peguei numa carta militar, na escala 1/25000, e olhei o trajecto a fazer e a distancia a percorrer. Eram cerca de 10 quilómetros. Percorri a distancia na primeira oportunidade, num regresso de Viseu, entre Sete Rios, a partir do terminal rodoviário, e o monte Abraão. Demorei uma hora e meia de caminho. Pensei, como o faço em caminhadas longe de meios urbanos, que é com os pés que conhecemos os territórios e as paisagens, que percebemos as relações topológicas entre os diferentes lugares, que intuímos a vivência específica de uma comunidade humana.
Nessa noite só não avancei a pé porque já havia perdido demasiado tempo à espera de um comboio de que não houve aviso de que não passaria.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Espaços do desenho

João Favila Menezes. Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 16] Os escritórios dos arquitetos são como que o berço da cidade, são como células replicadoras numa densa malha urbana diferenciada. Aqui em espaços contidos, de poucos conhecidos, são desenhadas as linhas de um habitar futuro e a afirmação positiva da criatividade arquitetónica, da continuidade ou rutura de uma tradição cultural vasta. Estes são pontos que agarram a cidade, são ancoras de sentido e de reinterpretação, são desenhos que começam com o desejo de transformar, de dinamizar, passam pelo conceito de arquitetos que os transpõem para o papel que, depois, como um organismo que cresce num tempo limitado, cresce um pedaço de cidade. Na cidade impera a construção destrutiva provocada pelos agentes da erosão, pelo vento, pela chuva, por gestos humanos, pelo tempo apenas, por isso, todos os dias, repomos mais do que o tempo lhe retira.
João Gomes da Silva. Lisboa. 2012

João Nunes. Lisboa. 2012
Gonçalo Byrne. Lisboa. 2012

Ricardo Carvalho e Joana Vilhena. Lisboa. 2012

José Adrião. Lisboa. 2012

João Luís Carrilho da Graça. Lisboa. 2012

Manuel Mateus. Lisboa. 2012

João Pedro Falcão de Campos. Lisboa. 2012

Ricardo Bak Gordon. Lisboa. 2012

Álvaro Siza Vieira. Porto. 2012

Eduardo Souto de Moura. Porto. 2012

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Corte

[ler, fazer, caminhar 05] Já com o trabalho parcialmente feito, com muitas peças de cartão cortadas, regresso a Lisboa, para a montagem das molduras que terão 1,10x1,50 metros. Faço a viagem de Expresso, chego à noite a Sete Rios e preparo-me para apanhar um comboio para o Monte Abraão, onde mantenho um apartamento perto da casa de meus pais, onde passei a minha infância e juventude. Há um comboio anunciado para breve. Em devaneios breves penso na educação da mão, lembro-me de palavras de Pedro Morais, numa altura em que fui falar do meu trabalho com os seus alunos, na escola António Arroio. As manufaturas obrigam a um treino específico que pode levar décadas. Depois há os riscos que se correm entre orçamentos, o tempo disponível e algumas eventuais falhas de planeamento. Uma breve desconcentração dá muitas vezes num erro, uma peça que é colada ao contrário, um canto que é mal cortado, um remate de papel que não recebe a dobra correta. O comboio não aparece. À espera na estação, decido diminuir a espessura das molduras. Conseguirei assim uma muito maior estabilidade do objeto. Há greve dos maquinistas da CP às horas extraordinárias.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Em lugar urbano

Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 15] Um rasto de espuma é deixado por uma onda que sobe o Cais das Colunas. Há uma praia no centro da cidade; o chão é varrido por um operário nas enormes galerias do Museu dos Coches, uma janela é fechada, subitamente, por uma corrente de ar, num edifício pombalino; um barco parte do cais rumo ao sul; um avião desce sobre pista; uma rapariga de cabelos claros espera, imóvel, num local onde tudo permanece em movimento; por alguém, num ateliê de arquitetura, é traçada uma linha que resolve uma solução inesperada.
Lisboa. 2012

Lisboa. 2012

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Afastamento

Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 14] A fotografia quer edificar um novo território humano ao afastar-se do que representa chegando próxima à abstração do pensar. A fotografia é paisagem de pensamento. Arquiteturas, lugares, fotografias, tempo, palavras, confluem aqui no projeto transformador do espaço comum, que é desenhado com a serenidade possível de quem se movimenta por uma cidade milenar, de quem pisa um solo instável e imensamente complexo, de quem, à noite, contempla o lento movimento dos astros organizado numa geometria cósmica, inacessível. Construímos um paraíso imaginário como ponto de chegada de um caminhar simbólico. Estamos numa floresta densa e escura, no cruzamento de caminhos desconexos e pluridimensionais. Partimos para um ofício criativo com uma série de códigos, com uma cultura, com comportamentos adquiridos e condicionados, mas os resultados operativos a que podemos chegar são sempre uma imprevisibilidade. As imagens parecem surgir de acordo com uma vontade expressa e independente, com uma enorme e quase intransponível imponderabilidade, incerteza, mistério, sentimento de que, muitas vezes algo está próximo, uma coerência qualquer; outras vezes apenas se acrescenta uma sombra dentro de outra sombra.
Lisboa. 2012

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Topografias, Topologias

Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 13] O objetivo desta recolha fotográfica não era o de ter um grande número de fotografias, mas concluído o trabalho foram feitas algumas dezenas de milhar de imagens. A base metodológica de partida não foi a procura de um enquadramento demorado, estudado ao pormenor, foi o de um exercício de deslocação intuitiva e rápida sobre o solo urbano, sobre a sua topografia, sobre as suas topologias complexas. Contacto entre a face de quem se move e as superfícies materiais envolventes. Esta é uma fotografia física, erguida de um lastro cultural de viagens imensas, que quer dar conta de uma deslocação criativa sobre os lugares. Se perante a Natureza nos confrontamos, perplexos, com uma enorme força telúrica, na cidade deparamo-nos com a singularidade do seu desenho e com a materialização de um desígnio de habitar ambíguo.
Lisboa. 2012

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Existência em dois lugares


[ler, fazer, caminhar 04] O número de fotografias, cinco, e o tamanho das montras onde elas vão ser expostas, sugerem-me uma alteração às dimensões dos suportes. A ideia inicial contava com mais fotografias. As novas dimensões das fotografias impossibilitam-me de as transportar no  meu carro. Decido avançar com o trabalho em Viseu e acabar a montagem em Lisboa. A impressão é de Paulo Pinheiro, fotógrafo de Viseu, um retratista que não cede aos aspetos comerciais deste labor e desenvolve um trabalho singular. O forro das molduras será em papel cenário, com texto escrito à mão. Não deixo de viver alguma inquietação com as escolhas dentro de um orçamento limitado. Há passos difíceis nestes processos. Num trabalho feita à mão há verificações que não podem ser feitas enquanto a cola não está seca, pelo risco de tudo se desmoronar. Não pode deixar de haver alguma ansiedade sobre o que vai acontecer depois de tudo estar sólido. Muitas vezes estes trabalhos são feitos sem rede e há sempre uma nova solução antes não experimentada. Entretanto, em pausas de secagem de cola, decido partir para umas curtas viagens em torno de Lisboa, mais concretamente ao litoral de Sintra e da Arrábida.




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Diálogos sobre o diálogo


Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 12] Há uma diferença fundamental entre o percorrer uma cidade, um itinerário dentro da sua malha urbana, e visualizar, posteriormente, algumas fotografias que possam ser feitas durante esse período determinado. Num primeiro momento há um diálogo que se estabelece, como que uma relação física entre a captura da imagem e o solo, a pele da cidade, o seu espaço, a sua textura, as suas sombras. Há um movimento intuitivo que não se quer aqui de procura de uma ideia de "belo", mas mais um espírito de registo de um fascínio pela forma urbana, uma tentativa de entendimento e descodificação, pela fotografia, de elementos estruturais do território, a fixação de uma paisagem habitada por cidadãos. Num segundo momento vamo-nos encontrar defronte de um número, quase sempre elevado, de fotografias. Seleccionar é decantar, procurar em determinado grau de limpidez, depurar, eliminar ruído na construção de um discurso, de uma narrativa. Projetar. Caminhar ao lado da própria fabricação da paisagem.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Avançar

Beatriz Batarda, actriz. Lisboa, 2012
[ler, fazer, caminhar 03] Não sou retratista, informei o comissário da iniciativa, Fernando Pinto do Amaral insistiu que fosse eu a fazer os retratos. Há riscos que não gosto de correr, há convites que não se podem recusar. Avancei. O objetivo da iniciativa era a promoção e o incentivo à leitura. Todo o meu trabalho tem perseguido um fim material objetivo: a publicação em livro. Como conceito base de recolha, foi pedido aos retratados que escolhessem o local onde queriam ser fotografados, sugerindo eu que fosse um espaço de trabalho ou em casa. Era-lhes pedido que estivessem a ler um livro por si escolhido. Da minha parte não seria utilizada iluminação artificial, para a tentativa de captação do próprio ambiente luminoso dos diferentes locais. As personalidades escolhidas por Fernando Pinto do Amaral, foram: António A. Coutinho, médico e cientista; Beatriz Batarda, actriz; Graça Morais, pintora; Marcelo Rebelo de Sousa, professor de Direito e Rodrigo Leão, músico. O registo decorreu sem incidentes.
António A. Coutinho, médico e cientista. Lisboa, 2012

Graça Morais, pintora. Lisboa, 2012

Marcelo Rebelo de Sousa, professor de Direito. Lisboa, 2012

Rodrigo Leão, músico. Lisboa, 2012

Convite


[ler, fazer, caminhar 02] Há alguns meses recebi uma chamada de Fernando Pinto do Amaral. Era o desafio para fazer um conjunto de retratos de personalidades de vários setores da cultura portuguesa. A ideia era enquadrada no Plano Nacional de Leitura e o objetivo era o de expor essas fotografias nas montras do Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, onde atualmente se encontram. Os retratos decorreram sem incidentes, mas o processo de preparação das imagens para exposição transportou-me, literalmente, a movimentos singulares. Darei, neste espaço, conta de algumas fotografias e reflexões desse modo de trabalhar.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Em redor do jardim

Parque Mayer. Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 11] Quando olhamos o jardim botânico a partir do Parque Mayer vemos uma imensa massa verde que parece querer avançar sobre aquele espaço, reivindicar para si o território para o seu próprio desenvolvimento. Curiosamente o jardim é um espaço plantado de verde singular e denso, hoje no coração de uma imensa malha urbana. O Príncipe Real é outro ponto onde se articulam diferentes vias e a expectância de uma cidade em renovação. Pontos de acessibilidade que sintetizam toda a malha de vias de circulação e espaços "vazios". Esta é a face da nova cidade em transformação. São lugares que vão apontar novos conceitos de intervenção, referências de futuro.
Parque Mayer. Lisboa. 2012

Jardim Botânico. Lisboa. 2012

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Retratos de leitura


[ler, fazer, caminhar 01] Ainda antes de terminar a publicação, neste espaço, da série de textos sobre Lisboa, cruzo essa leitura da cidade com um processo de preparação de uma exposição singular que pode ser atualmente observada nas montras do Ministério da Educação, na Av. 5 de Outubro, em Lisboa. Singular por se tratarem de retratos, uma quase-ausência no meu trabalho em fotografia, mas singular também, pelas condições em que se mostra, num espaço público, de movimento denso, a todas as horas do dia e da noite.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Castelo

Lisboa. 2012

[Lisbon Ground 10] As acessibilidades ao castelo procuram como que anular uma diferença de cota que existe entre a cidade baixa e um dos seus mais importantes pontos de povoamento remoto. As primeiras comunidades humanas ter-se-ão fixado nas terras baixas, mas assim que a sociedade ganhou contornos mais complexos, houve a necessidade de construir pontos de defesa. No lugar foram construídas, sucessivamente, muralhas. O castelo se São Jorge foi, durante séculos o ponto simbólico de um poder inatacável, reduto defensivo a afirmar a origem da própria cidade a partir do momento em que esta adquire uma estabilidade social de anos sucessivos, deixando para trás as lutas constantes e as visitas de piratas e corsários que batiam toda a linha litoral. Foi um lugar de afastamento, de proteção, de uma sociedade emergente. Hoje quer-se anular essa diferença de cota, essa subida penosa que num passado ardentemente longínquo, foi o nascimento de um burgo. Este é, também, o sentido desta arquitetura contemporânea, de um tempo atual que redesenha os lugares, que lhes confere um sentido diferente do que tiveram no passado. Este é o complexo evolutivo do tempo agora, de um futuro que já habitamos. Muitas vezes há uma aparente perversão dos sentidos de um espaço original, das suas funções primordiais, mas o que de facto existe, é a tomada, pelo desenho, por uma outra ordem, é a inversão do futuro, é o mais puro jogo de todas as imprevisibilidades, pois as cidades são feitas de gestos desconexos, em tempos diferentes, sem relação direta entre si.
Lisboa. 2012

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Intervir na cidade existente

Banco de Portugal. Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 9] Na rua do Fanqueiros é proposta, no interior de um edifício de habitação, uma forma renovada de convívio entre diferentes tempos de intervenção, num jogo plástico surpreendente. No Museu do Design convivem objectos díspares e vestuário de desenho elaborado, num espaço que é uma ruína, ou o ponto médio entre uma demolição e uma obra acabada. Não longe deste lugar, no Banco de Portugal, é recuperada a antiga dignidade de uma igreja pombalina e relacionada com toda a proposta renovada interpretação de um quarteirão pombalino.
Rua dos Fanqueiros. Lisboa. 2012

MUDE. Lisboa. 2012

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A frente ribeirinha

Terminal de cruzeiros. Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 8] Na frente ribeirinha o Terminal de Cruzeiros vai articular o diálogo entre a cidade antiga com esse imenso mar interior que é o estuário do Tejo, ao mesmo tempo que, pelo seu programa, cria uma porta de acesso a Lisboa naquela que é a mais notável frente urbana da cidade. O jardim da Ribeira das Naus evoca os tempos anteriores ao terramoto de 1755 e, num dos mais importantes lugares da cidade há um convite para o reencontro com o rio. O Museu dos Coches está bem próximo de alguns dos espaços que marcaram um dos períodos mais significativos da história de Portugal como Nação. Daqui partiram as naus e caravelas para um primeiro passo de uma globalização que ainda hoje não terminou. Este novo espaço, pela sublimação do desenho, pelo conceito arquitetónico que lhe está subjacente, parece querer propor uma nova forma de edificar a cidade, de redesenhar a maneira como nós próprios no relacionamos com os seus edifícios, com a possibilidade de entendimento das capacidades do desenho e da forma para a concepção de espaços antes não imaginados.
Ribeira das Naus. Lisboa. 2012


Museu dos Coches. Lisboa. 2012

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Desenho e experimentação

Chiado. Lisboa. 2012
[Lisbon Ground 7] A cidade é a construção de um sonho e um exercício de liberdade, é desenho e experimentação, lugar de encontro e ponto de partida para todas as viagens. A cidade é consciência, nela está codificada a origem e todo o tempo de um caminhar de diferenciação. Lisbon Ground é uma relação inovadora estabelecida entre espaços diferenciados. São lugares relativamente afastados, sem uma relação física entre si, que intuem o futuro. Há uma reinterpretação sobre o entendimento da cidade histórica e a definição do ponto de início para desenhos vindouros, partida para as novas "cidades", que já não são apenas espaços físicos, mas os lugares da imponderável criatividade de uma comunidade vasta. Aqui se joga a evolução da cidade. É o nosso futuro comum que aqui se encontra enunciado, prenúncio de uma sociedade mais integrada. No momento em que vivemos o possível esgotamento de um modelo económico que aparentemente está a conduzir à destruição de uma ordem social vigente, há desenhos de arquitetura que são uma reflexão para um futuro próximo e breve.