[arquivo cidade 033] Historicamente, a maior densidade populacional de todo o espaço português, com a exclusão das cidades, dá-se em meados do século passado. Um regime opressor governava um país fechado ao exterior. A grande maioria dos solos era, e é, pobre e em parcelas de pequenas dimensões, mas sempre se procuraram novos campos para cultivar à medida que as famílias cresciam. A fome surda, ou o seu limiar, estimulou o “salto”. Em meados dos anos sessenta o regime começou a apresentar fragilidades. A uma vigilância menos apertada da fronteira com Espanha não será alheia a participação portuguesa nas guerras que, entretanto, eclodiram nos territórios ultramarinos de expressão portuguesa, concentrando em si um enorme esforço administrativo e militar. Há um esvaziar parcial dos campos. Simultaneamente, aumentam consideravelmente as migrações internas com destino às cidades, particularmente Lisboa e a sua área limítrofe, onde se procura trabalho e o afastamento da dureza das lides da agricultura, dos pés na terra e as mãos no arado ou na sachola. Este movimento populacional tem como consequência, não só o abandono dos campos, mas, sobretudo, de muitas casas. O declínio não mais será travado.
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Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016 |
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Sesmo, Sarzedas, Castelo Branco. 2016 |
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