[arquivo cidade 038] Mas não deixa, contudo, de haver algo de muito sedutor neste processo de transformação do solo, quanto mais não seja o desejo de o entender. O conhecimento é construído com a vivência do terreno, com o caminhar sobre um solo pedregoso, lamacento ou coberto de geada. Na terra poderemos encontrar um olhar renovado, a compreensão de gestos do passado, mesmo aqueles que poderão ter sido vividos por quem há séculos desapareceu. Há um caminhar humano que permanece por longos anos plasmado nestes horizontes. Estas fotografias buscam também esse tempo, essa memória. Procurar o tempo longo da cisão da passagem de uma condição animal para o dealbar da humanidade. Dificilmente uma bibliografia transmite uma vivência concreta, mesmo o cinema tem limitações. As fotografias aqui apresentadas são um movimento que procura a representação do desejo de captura das dimensões da terra e do tempo breve do seu habitar. Andamos, lentos, sobre um reino de silêncio, de sentidos despertos, de aproximação à força dos elementos basilares que compõem a natureza intacta ou o ambiente habitado.
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Pomar, Sarzedas, Castelo Branco. 2016 |
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Pomar, Sarzedas, Castelo Branco. 2016 |
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