quarta-feira, 5 de junho de 2013

Operar

Pátio dos Reis. Lamego. 2013


[Entrevista JEF 10] Creio que um dos maiores desafios do conhecimento contemporâneo é a forma como se poderão ligar disciplinas aparentemente, e historicamente, isoladas. Uma outra questão não menos importante é a da comunicação da informação. Num universo de saber cada vez mais denso, complexo e quase impenetrável, como se poderá tornar acessível esse mesmo conhecimento a diversas áreas muito diferenciadas entre si e como poderá ser divulgada, de forma tão simples quanto possível, essa mensagem para um público vasto? Talvez estejamos numa fase do desenvolvimento científico e social em que urge comunicar, sair de campos relativamente fechados, para partilhar os saberes e as metodologias de investigação díspares, com a expressão artística, que frequentemente opera num mundo que parecerá especulativo, mas que, não raras vezes, representa a antevisão de um futuro próximo.

1 comentário:

  1. Poderá parecer desumano, mas há que lembrar que a beleza condiciona a escolha de parceiros na natureza, por uma razão de sobrevivência e competição intra-espécie. O que se passa é que por exemplo fatores como a simetria são determinantes no processo evolutivo. Passo a explicar (de forma atabalhoada, porque a Biologia não é a minha área), é mais económico e eficaz energeticamente o processo de desenvolver dois braços iguais ou dois olhos iguais do que dois diferentes. Não admira que a atração sexual esteja ligada à estética. Por maioria de razão, não deveriamos criar também um mundo ainda mais belo (ainda que aparentemente seja um conceito relativo. Lembro que a simetria também aparentemente o era.). Não será a beleza e a arte o estado final da humanidade e talvez este sim o "fim da história e o último homem" como afirmava o filosofo norte-americano Francis Fukuyama a propósito do capitalismo nos anos 90 ? Eu quero acreditar que sim.

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