sexta-feira, 7 de junho de 2013

Expressão poética

Serra da Estrela. 2013

[Entrevista JEF 12] José Eduardo Franco: Podemos defini-lo como um poeta da paisagem utilizando “a escrita da fotografia”? Revê-se neste perfil? Tem alguma corrente estética de referência onde se inscreva? Como definiria o seu modo de praticar a fotografia? É uma arte à parte? Qual o seu lugar na História da Arte?


Penso ser importante, num contexto de comunicação, escrita ou visual, procurar elementos expressivos que enquadrem a forma da mensagem, reflexo de um conceito que se quer partilhar. Algum carácter entendido como poético que as minhas fotografias possam ter, terá de ser adjetivado por  leitores que assim o interpretem. Talvez tenha começado com esse intuito, mas cada vez mais me senti seduzido pela fotografia como documento, sem, no entanto, ter qualquer pretensão jornalística, ou procurado uma fotografia objetiva. Procurava o registo de um fascínio pelos lugares, por uma cultura, de alguma forma pelo entendimento da vida. Hoje gosto de "navegar" entre a arte e o documento, penso, aliás que essa distinção é cada vez mais difícil de definir. É importante elaborar objetos de expressão, como uma fotografia ou conjuntos de fotografias, que comuniquem alguma coisa a alguém, que estimulem a reflexão sobre aquilo que pretende mostrar. Mais do que uma bela imagem para pôr na parede, há a fixação de um certo sentido da relação do Homem com as paisagens, sejam elas naturais, rurais ou urbanas.

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