Serra da Estrela. 2013 |
[Entrevista JEF 12] José Eduardo Franco: Podemos defini-lo como um poeta da paisagem utilizando
“a escrita da fotografia”? Revê-se neste perfil? Tem alguma corrente estética
de referência onde se inscreva? Como definiria o seu modo de praticar a
fotografia? É uma arte à parte? Qual o seu lugar na História da Arte?
Penso ser importante, num contexto de
comunicação, escrita ou visual, procurar elementos expressivos que enquadrem a
forma da mensagem, reflexo de um conceito que se quer partilhar. Algum carácter
entendido como poético que as minhas fotografias possam ter, terá de ser
adjetivado por leitores que assim o
interpretem. Talvez tenha começado com esse intuito, mas cada vez mais
me senti seduzido pela fotografia como documento, sem, no entanto, ter qualquer
pretensão jornalística, ou procurado uma fotografia objetiva. Procurava o
registo de um fascínio pelos lugares, por uma cultura, de alguma forma pelo
entendimento da vida. Hoje gosto de "navegar" entre a arte e o
documento, penso, aliás que essa distinção é cada vez mais difícil de definir.
É importante elaborar objetos de expressão, como uma fotografia ou conjuntos de
fotografias, que comuniquem alguma coisa a alguém, que estimulem a reflexão
sobre aquilo que pretende mostrar. Mais do que uma bela imagem para pôr na
parede, há a fixação de um certo sentido da relação do Homem com as paisagens,
sejam elas naturais, rurais ou urbanas.
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