Praia do Guincho. 2013 |
[Entrevista JEF 08] José Eduardo Franco: De algum modo, tem investido muito na criação/produção fotográfica em torno de motivos ligados ao património natural e à herança cultural e arquitectónica portuguesas. O que o motiva? Pretende fazer uma espécie de história da cultura portuguesa pela fotografia? Será que pratica a fotografia como uma espécie de redenção da nossa identidade? Como interliga fotografia, Filosofia, Literatura e História?
O que me motiva é um forte desejo de representação do espaço português. Quero apenas registar o fascínio por um caminhar humano, que de uma forma por vezes tão clara, se encontra no território hoje Portugal desde o paleolítico, desde a chegada das primeiras comunidades humanas, até ao tempo atual. De alguma forma gostava que o meu trabalho pudesse constituir uma referência para uma leitura do espaço português no tempo presente. O que me move é a terra e a tentativa do entendimento do próprio gesto de fotografar, do processo criativo de uma maneira geral, da fuga que ele representa à noção de passagem do tempo. Num país em que o Minho é tão diferente do Algarve, por exemplo — estando estas duas regiões muito mais próximas, em termos de identidade, da Galiza e da Andaluzia, respetivamente — tenho uma enorme dificuldade em definir a identidade Nacional, talvez não tanta em definir a identidade regional.
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