[tinta e pó_09] Ocasionalmente chegamos a um ponto, breve, em que tudo parece ter significado, todas as fotografias. Há um fascínio pela construção do belo, como se fosse esse um desígnio evolutivo, a procura de uma forma equilibrada, uma grande síntese, de todas as possibilidades. Parece ser este, no entanto, o ponto da perda da consciência, no mergulho na ausência de qualquer verdade, de qualquer juízo sobre as coisas. Estamos defronte da barreira da comunicação, um jogo vital em que talvez se jogue a vida e a morte, o diálogo derradeiro antes de enfrentarmos outra qualquer dimensão, talvez apenas mais um passo na construção de um mundo único, que não deixará, em certa medida, de ser apenas nosso. Há aqui um equilíbrio frágil. As fotografias são o diálogo com o mundo visível, com a indefinida teia entre espaço e tempo, pensamento, tinta e pó.
Antigas minas da Tinta e do Pó. Monforte da Beira. Castelo Branco. 2014 |
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