terça-feira, 4 de novembro de 2014

Desenhos vários

[Linha do Tua 85] Ao abandonar a estação de Rossas, a linha percorre um dos troços mais interessantes desta etapa. Após o quilómetro 112, o comboio entrava no maior túnel da Linha do Tua, e depois percorria uma concha definida pela ribeira de Lanção. Até Bragança, a via-férrea segue um trajecto já delineado pela Estrada Nacional n.º 15 e que, posteriormente, também foi adotado pelo IP4. É curioso observar as diferenças nos traçados destas três vias. Quanto mais recentes, mais alongadas são as suas curvas. O traçado da via-férrea tem como principal condicionante o declive do terreno, ao passo que a via rápida rodoviária é condicionada, principalmente, pela grande dimensão dos raios de curvatura. A Estrada Nacional é a que apresenta a maior capacidade de adaptação ao terreno, com curvas apertadas (possíveis em velocidades reduzidas) e declives acentuados. Na proximidade de Santa Comba de Rossas observamos, muito próximos entre si, estes modos diferentes de desenho viário. Esta observação é reforçada pelo facto de neste troço até Bragança o povoamento ser muito esparso, e por na maior parte dos casos as povoações estarem afastadas das vias de circulação. Por isso, as vias percorrem a paisagem como se fossem um corpo estranho, num território que nos transmite um forte sentimento telúrico.





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