Vale do Côa a partir da capela de São Gabriel, Castelo Melhor, Vila Nova de Foz Côa. 1993 |
Vale do Côa, regresso [01]. Em 1995 é divulgado um conjunto de gravuras rupestres nas margens do rio Côa, próximo de Vila Nova de Foz Côa. Certamente que a descoberta, por si só, não iria despertar grande atenção, que não fosse pela comunidade científica, mas um elemento iria perturbar a calma de um interior quase esquecido: uma barragem de grandes dimensões estava a ser construída na foz do Côa. Após a conclusão da obra os mais notáveis painéis contendo gravuras iriam ficar submersos sob uma albufeira de grandes dimensões. A história é longa e conhecida. A construção da barragem foi interrompida, o vale foi investigado por arqueólogos durante vários anos, num trabalho que prossegue na atualidade. Não eram apenas alguns painéis gravados: no conjunto revelaram-se centenas de gravuras e de sítios arqueológicos desde o paleolítico às idades do metais, numa continuidade de inscrição nas rochas que continuou até meados do século XX. Em dezembro de 1993, eu atravessara o curso terminal do Côa em viagem de recolha fotográfica, onde voltaria em agosto do ano seguinte. Algumas dessas fotografias viriam a ser publicadas durante a polémica que se gerou em torno da defesa do património do Côa. Começava assim uma ligação ao vale que me levou a visitá-lo várias vezes. Passaram 18 anos sobre a minha viagem inicial. Voltei ao vale.
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