Museu do Côa. 2012 |
Vale do Côa, regresso [10]. Em contrário do que acontece em quase todos os museus, à pergunta se se pode fotografar no interior do Museu do Côa, é-nos dito que sim. Há sempre todos os motivos para que seja negado o direito de fotografar, nomeadamente a segurança das peças (tudo o que podermos fotografar encontra-se em catálogos ou postais ilustrados), controlo da imagem, ou identidade, de uma instituição, ou outros motivos menos claros, que nunca alguém me soube explicar convincentemente. Fotografar é integrar num universo pessoal, é partilhar uma alegria e um encantamento que se teve por um espaço, por uma peça, por uma vivência, por uma sensação única que quisemos fixar. Fotografar num museu, numa galeria, é como fotografar uma paisagem e se regista um fragmento da identidade de um lugar, ou mesmo de um país. Fotografar é um ato de liberdade, mas também um primeiro passo para a partilha. De um ponto de vista pragmático poderemos questionar-nos se haverá um meio mais eficaz de fazer de cada cidadão um veículo de divulgação dos conteúdos de um espaço museológico? Numa altura em que as imagens se desmaterializam no espaço digital, que melhor convite haverá que aquele de recebermos no nosso mail, ou vermos numa página de uma rede social, algumas fotografias de um museu que não conhecíamos? (Deixo o meu reconhecimento e gratidão à direção do Museu do Côa por esta permissão de fotografar).
A minha experiência é inversa: tenho podido fotografar em quase todos os museus a que vou...! A ordem é sempre "sem flash". Agora, confesso que não vou a muitos museus...
ResponderEliminarAs razões que conheço (que me foram dadas perceber, com ou sem razão) relacionam-se com regras de segurança dos espaços, direitos comerciais sobre as imagens expostas e, relativamente ao uso do flash, o facto conhecido de que a luz directa é corrosiva para inúmeros materiais... e dezenas ou centenas de "flashadas" por dia, durante anos, em cima de uma pintura ou de uma fotografia, causam danos. O problema acrescido, verificado por mim empiricamente, é que mesmo debaixo da proibição de fotografar com flash, as pessoas fotografam com flash - na generalidade dos casos com câmaras compactas de uso "doméstico" porque nem sabem que se pode, ou como, desligar o flash; resultado: é mais simples proibir de fotografar.
PS: Não tenho quaisquer provas de que a luz do Flash possa efectivamente causar danos em certos materiais: não sei sequer se é possível prová-lo, mesmo com recurso à Física e à Química, medindo intensidades e frequências de luz e a os graus de fotossensibilidade dos materiais [antes disso gostava eu de saber acerca do uso de telemóveis e os efeitos de radiações não-iónicas(?) sobre o corpo]. A luz solar toda a gente sabe, mas quais as frequências...? Na falta de provas concretas, e na dúvida, compreendo que as direcções dos museus proíbam o uso de flashs. Além disso, como num concerto, considero uma falta de civismo estar a disparar flashes dentro de um espaço de exposição, ao lado de outros visitantes.
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