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Ribeira dos Piscos e Rio Côa. 1995 |
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Ribeira dos Piscos e Rio Côa. 2012 |
Vale do Côa, regresso [05]. Quem visita o núcleo de gravuras rupestres da Ribeira dos Piscos, vem de jipe da Muxagata, certamente com ar-condicionado, "aterra" no fundo da ribeira, percorre umas dezenas de metros até ao local onde se encontram os painéis gravados no Paleolítico. Sem um eventual esclarecimento anterior, sem o conhecimento mínimo do vale, talvez seja pouco encontrar meia dúzia de traços numa superfície rochosa. Este fator demoverá eventuais visitas futuras, mas a arte do Côa revela uma subtileza que em muito transcende o que se pode observar em painéis de gravuras isolados. Há uma relação do desenho com o vale, com uma extensão de cerca de 17 quilómetros de marcas gravadas ao longo de milhares de anos.
Mas o regresso à Ribeira dos Piscos revela também alterações na paisagem. Há uma mudança que muitas vezes nos escapa na leitura dos lugares. Há um dinamismo que esconde uma vertigem temporal a que muitas vezes não somos sensíveis. Há algo de imparável na Natureza que vai além de algumas morfologias, da erosão, do coberto vegetal. Há um mistério que integramos.
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Gravuras rupestres da Ribeira dos Piscos. 1995 |
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