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Serra do Gerês. 2012 |
[Gerês 30] A roupa como uma segunda pele. Um certo fascínio pela matéria que nos cobre o corpo e que acaba por definir um pouco da nossa própria identidade. Muitas vezes a roupa roçada tem uma conotação social ligada à pobreza, à falta de recursos económicos para manter uma aparência decente. Na montanha os códigos podem ser outros, a roupa é memória, pode trazer inscritas viagens passadas, um rasgão indicia um momento particular no tempo, perdas de cor pontuais, ou localizadas, são atribuídas a um uso especifico, depois há uma alteração da textura, há um odor característico, que se mistura com o nosso próprio cheiro e ao qual somos praticamente insensíveis. O vestuário usado conta-nos uma vivência que é uma história de vida, é quase como uma fotografia que muito poucos sabem descodificar, é, assim, como vestir um código secreto, o conforto de uma identidade invisível para os outros. As roupas velhas podem proporcionar um bem estar que valiosos trajes não poderão alcançar. A montanha despoja muito do que somos, reduz-nos a uma condição essencial, mas para tal temos que ter por ela um respeito primordial, deixar que ela, de algum modo, nos molde um pouco do que somos.
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Serra do Gerês. 2012 |
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