[três viagens 24] A Praia da Rocha foi, ainda na década de 1960, um dos principais cartazes turísticos de uma corrida às praias que nessa altura se iniciava. O movimento, que ainda hoje permanece, traria consequências profundas na urbanidade de todo o litoral português, com algumas raras exceções, como seja a Costa Vicentina, onde a pressão não deixa de ser forte. Atualmente, a Praia da Rocha é um lugar de servidão turística onde o primitivo carácter paradisíaco das arribas areníticas, em amarelo e ocre, praticamente não se vê face à imponência dos blocos habitacionais que parecem querer avançar sobre o mar. Este não deixa de ser um lugar de estranheza abstrata e fascinante, perturbadora. Fiquei com o desejo de regressar a Portimão, que representa a continuidade desta cidade desconexa. Cada viagem é a vontade de regresso. É a tentativa de registo de um tempo célere que tudo apagará na sua passagem.
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