[três viagens 28] A vila de Monchique, pouco a norte das termas, foi a paragem seguinte. Estes dois povoados não faziam parte dos lugares que tinha que fotografar. Foram paragens apenas para atualização do meu acervo de registo de lugares. Ao cair da noite, ainda com a luz do final da tarde, avancei para norte, em direção ao Alentejo, por uma estrada que serpenteia pela serra. Pouco depois fazia um desvio à estrada asfaltada e procurava um local para montar a tenda. Na manhã seguinte tenho uma mensagem no meu telemóvel. A Rússia tinha invadido a Ucrânia. Depois de mais de duas décadas de paz, havia de novo uma guerra na Europa. A Rússia, com as palavras de “Operação Militar Especial”, iniciou uma guerra de futuro imprevisível, relegando para segundo plano essa outra batalha iniciada em 1972, na Conferência de Estocolmo, contra as alterações climáticas, que já nessa altura se enunciavam.
Segui para a barragem de Santa Clara, um extenso lençol de água que rega as numerosas estufas do litoral, da zona de São Teotónio, Odemira. Depois de uma breve paragem em Garvão, prossegui para Messejana, onde uma vez pernoitei na casa de um casal de amigos arquitetos, numa viagem a Serpa, enquadrada num concurso para um edifício público. O pelourinho comprova um antigo poder municipal. Do antigo castelo praticamente não restam vestígios, mas o povoado mantém a brancura da cal nas paredes das casas. As ruínas do convento de São Francisco, são também vestígio de um passado onde a religião assumia uma dimensão de estruturação espacial e social do lugar.
Monchique, 2022 Albufeira da Barragem de Santa Clara, Odemira, 2022 Messejana, Aljustrel, 2022 Convento de São Francisco, Messejana, Aljustrel, 2022
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