[Torga 05] Se São Martinho de Anta é a aldeia em que nasceu, entretanto elevada a vila, mundo da infância, os horizontes abertos da Senhora da Azinheira são o território fundador de uma forma particular de ler e interpretar toda uma condição de habitar uma terra dura e pobre, de onde todos os dias se tem de lutar arduamente para dela retirar subsistência. Este podia ser como que o centro nevrálgico de um mundo, de uma realidade, que não era apenas a daquele lugar concreto, não longe das fronteiras de Trás-os-Montes com o Minho e com a Beira, mas de todos os lugares que dali se conseguiam abarcar. Daqui traçou Torga um retrato frio, impiedoso, de uma vivência do Portugal interior.
Senhora da Azinheira. São Martinho de Anta, Sabrosa. 2017 |
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