sexta-feira, 8 de março de 2013

Sobre os trilhos da floresta

Portinho da Arrábida. 2012
[Ler, fazer, caminhar 29] Os anos passam. A aprendizagem de um oficio requer tempo. Nos meios científicos, há a evidência, e a tradição, de projetos que são desenvolvidos ao longo de muitos anos, muitas vezes por diferentes equipas, mesmo sem contacto entre si. Há a persecução de uma ideia, de uma intuição, que pode não dar em nada, mas que aprofunda metodologias e experiências que não se vão perder. Nas áreas criativas a realidade vai-se aproximando destes conceitos de trabalhos desenvolvidos no tempo. No entanto continuamos a associar à criatividade rasgos de genialidade acessíveis a poucos. Quando emerge o fulgor de um trabalho inovador, teremos que verificar como se comporta no tempo mais longo. Mais do que de inspiração, um trabalho criativo quer continuidade e persistência, há um jogo de maturidade que ilumina um caminho de escuridão, que revela formas antes não observadas, que liga realidades ocultas, muitas vezes opostas, que existem dentro de cada ser. Os anos passam, os passos evoluem sobre os trilhos de uma floresta densa, sobre a vastidão de um deserto.
Serra do Risco, prox.. 2013

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