Queluz. 1990 |
[Viagens. Paisagens 03] A luz é uma ausência nestes ensaios de palavra, que tenho alguma dificuldade em explicar. Em todo o meu trabalho a luz é, talvez, o mais determinante elemento de finalização de uma fotografia. As fotografias começam com as viagens, com a captura do espaço e do tempo, vertidos em imagem bidimensional. Raramente penso na luz de uma forma objetiva, ou consciente; entendo ser ela a mais poderosa ferramenta intuitiva do labor fotográfico. É a luz que me prende a uma realidade oculta, difusa, que tem a sedução de um caminho que se segue de uma forma inebriada e incansável. A luz é quase como o negativo da viagem, o seu espaço de simetria, é o abeirar-mo-nos do intangível, do que se esvai do pensamento quando o nomeamos. Há um mistério que move os nossos passos, que nos dá energia, talvez uma força quântica.
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