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Botas de campo. 1996 |
[Viagens. Paisagens 01] Sobre duas conferências para que fui convidado a falar do meu trabalho, revisito aqui, na Cidade Infinita, alguns marcos de percurso, desde um ensaio sobre Foz Côa, seguido de uma viagem ao Tejo, para depois mergulhar em todo o Portugal peninsular em Portugal - O Sabor da Terra. Assumia então o fascínio pelo documentalismo expressivo, pela construção das paisagens que nos mostram as fotografias, por um mundo que não sendo real, não é virtual, é um espaço tão difícil de precisar quanto o é a própria natureza da imagem fotográfica. Talvez a complexidade do mundo iconográfico e de sentido, de múltiplas interpretações, seja um espaço desvinculado de uma anterior relação analógica com o espaço-tempo. Talvez aquilo que era o universo pessoal cada um de nós, quase como um espaço intransmissível, cerebral, do universo das memórias, seja hoje o ambiente que habitamos, pois são cada vez mais as imagens a que temos acesso de forma deliberada ou inadvertida. Hoje parece viajarmos mais na ausência de movimento, do que quando nos deslocamos fisicamente sobre uma paisagem. Estes escritos que se seguem, são sobre esses momentos de diálogo com as paisagens, mas também com o seu rasto inacessível deixado nas fotografias e nalguns livros.
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Rio Côa. 1995 |
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