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Terreiro do Paço. Lisboa. 2012 |
[Lisbon Ground 2] O Tejo é como um infinito berço, espaço líquido atemporal que sempre terá exercido um misto de fascínio, pelo que pode dar, e medo, pela sua indeterminada força, acentuada aqui pela presença próxima do mar, elementos que terão condicionado, definitivamente, a fixação de comunidades humanas no lugar, primeiro vindas, talvez, de uma viagem de gerações com início na Europa central. Toda a frente oceânica era uma finisterra. Uma face a partir da qual não era possível ir mais além. Até ao século XV a frente de rio era lugar de várias atividades funcionais ligadas à pesca, mas foi daqui em diante que iriam partir as primeiras naus que transportavam a civilização europeia para lugares antes não visitados por ninguém vindo de longe, por via marítima. Hoje, escavações que se façam neste solo quase invariavelmente se deparam com embarcadouros ou com as fundações de estaleiros navais. Com o passar dos anos já em tempos recentes, desde o advento da revolução industrial, a frente ribeirinha, dada a sua posição a bordejar a cidade, vai assumir-se como um privilegiado eixo viário, seja pela rodovia, seja pela ferrovia. Uma relação lúdica com o rio, em quase toda a sua extensão, é cortada durante mais de cem anos. É algo deste espaço que se pretende agora recuperar, e afirmá-lo também como um notável miradouro sobre Lisboa.
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Terreiro do Paço. Lisboa. 2012 |
Boa tarde, Duarte
ResponderEliminarGostei do post. À duas semanas atrás, escrevi também no meu blogue o roteiro de uma vista à volta do Tejo que acabava com esta última etapa:
" Beira-rio - Junto à estação fluvial de Belém
Ver o rio é um ato infatigável de fé. É esperar no porto que o estrangeiro chegue da barra ou que a montante venha, rio abaixo, o mais intimo português.
Escrevo por fim com o sol a pôr-se:
"A oeste adensa-se o futuro da noite
como se o sol também desaguasse
levado pela teimosia do Tejo"
"
Blogue: Árvore com voz
Post: http://arvorecomvoz.blogspot.pt/2012/12/a-volta-do-tejo.html