sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Recusa

Viseu. 2010

[Momento-infância 4] Fomos acusados de estarmos em 'período de recusa', face a um diagnóstico que para quase todos os médicos era óbvio. Por vezes parecia vislumbrarmos nas suas faces o orgulho de ter sido feito um diagnóstico de uma situação difícil, era quase como um troféu de caça. Mas o sentimento mais bizarro por mim sentido, que ainda hoje me acompanha, é que o diagnóstico não era bem uma avaliação rigorosa num quadro de ciência médica, era um veredito emitido por um juiz, era uma condenação, enquadrada no conjunto de outras bizarrias que entretanto se passavam. Ninguém notava que o Afonso se acalmava com medicamentos para as dores, como o Brufen (analgésico e antipirético) e nunca com calmantes como o Diazepan (ansiolítico, anticonvulsivante, relaxante muscular e sedativo).
Viseu. 2010

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