Sítio da Penascosa (prox.). 2012 |
Vale do Côa, regresso [14]. Nesta revisitação do vale do Côa a primeira noite foi passada perto do sítio da Penascosa, ouvindo o leve marulhar do rio, o coaxar das rãs e o canto das aves. A segunda noite foi passada na ruína das obras da barragem, num ponto bastante elevado de onde se colhia uma vista abrangente sobre o vale. Esta viagem foi como que uma errância, o movimento nas margens de um equívoco, o despojamento da aceitação de uma realidade estranha, assente num paradoxo, como que o inverso de um turismo que procura os feitos heróicos de uma humanidade, da glória do permanente, descontrolado e impossível crescimento. Este é o turismo insuspeito; é uma deslocação difícil de definir, como que desadequada e irracional: uma realidade que cruza a delicadeza das gravuras rupestres com os profundos rasgos deixados por uma obra abandonada.
Sem comentários:
Enviar um comentário