segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O solo da ruína

Britas abandonadas no solo da obra da barragem de Foz Côa. 2012
Vale do Côa, regresso [15]. Se aproximarmos o olhar do solo da ruína, vemos uma micro natureza a tomar parte de algo que lhe fora estranho. Em todos os lados há vestígios de um processo de renaturalização que vai envolvendo todos os elementos. As britas deixadas no chão, que deveriam integrar o grande paredão da barragem, estão envoltas por musgo, que agora está seco, mas que vai reverdecer com as primeiras chuvas. As estruturas de betão construídas para o apoio da obra, mantêm a sua imponência rasa, de elementos abandonados prematuramente. Depois pequenas marcas, trilhos, carreiros de pé posto, muitas vezes quase impercetíveis, percorrem estes lugares. São os passos deixados por alguém que por qualquer motivo, atravessa esta paisagem contraditória, sem aparente motivo que o justifique. Itinerários de margem.

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