[A Construção da Fuga #14] Este é um olhar contemporâneo que à terra não pede nada que não seja a justificação para a sua própria razão de ser. A terra é aqui uma viagem pela existência, dentro de uma desterritorialização. O que, agora, se pode mostrar não é algo de novo, uma nova abordagem sobre as paisagens, mas uma paisagem dentro de outras paisagens povoadas de espanto. Estes são lugares dentro de lugares, num jogo de afastamento, de fuga, de construção de uma enorme casa humana e o sentido da arquitetura enquanto espaço imaginário. É o contrário de uma arquitetura material, que edifica lugar e condiciona o pensamento, definindo espaços concretos e limitados. Estas fotografias são um adeus às próprias paisagens que representam. São a fixação de um momento e de um espaço no tempo exato do seu desaparecimento. Há aqui um afastamento da condição funcional e económica das paisagens, para passarem a ser interpretadas como uma outra realidade, mais esquiva e difícil de apreender. São as paisagens deceptivas, que escondem mais do que revelam. Este saber é aquele de que nos fala a ciência contemporânea. Poderá haver uma limitação da nossa própria compreensão para o entendimento destas múltiplas dimensões que aparecem associadas a um aprofundamento do estudo das paisagens.
Belíssimo!
ResponderEliminar