Fontelo. Viseu. 2011 |
Neste progressivo afastamento da terra, e do nosso próprio planeta Terra, a relação com a Natureza torna-se cada vez mais pobre. As populações refugiam-se nas cidades, que vão crescer continuamente, espalhando-se pelo território como uma mancha de óleo, aproximando-se entre si neste processo, através de eixos viários de tráfego intenso e rápido. O advento e generalização das tecnologias digitais, vai trazer mais um motivo para que um mundo que num passado recente era pouco acessível se torne, ilusoriamente, próximo, através de diversos suportes informáticos. Deixa de haver uma vivência efectiva de espaço sensorial rico e diversificado, para a sua experienciação ser intermediada por diversos aparelhos de ecrã luminoso. Substituímos a textura das árvores, das pedras, as diferentes águas, o calor do fogo numa noite fria de Inverno, ou o escutar de uma trovoada no isolamento de uma montanha - um som poderoso e forte que nos desafia em medo, mas que nos liga a uma cosmicidade inquietante - por imagens em movimento visualizadas em ecrãs luminosos. (continua)
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