[exp_fuga 13] Aprendizagem do mundo pelo conhecimento interior. Depois dos primeiros passos, da conquista de um mundo mínimo, particular e próximo, apreendemos a realidade. Pelo desenho, seja ele real ou em sentido metafórico, tornamos nossa uma realidade que é fundamental para o nosso entendimento do mundo e para a construção das ferramentas operativas que desenvolvemos para o diálogo com ele mesmo. Uma das mais eficazes ferramentas de conhecimento. Pode ser pelo traço sobre o papel branco, pode ser com a forma da fotografia, das fotografias, pode ser pela arquitetura e pela construção do espaço do nosso habitar. É a elementar formas de projetar, de fazer, mesmo de sobreviver, de descobrir. É uma face da liberdade. Interpretar, medir, representar, fazer aproximações sucessivas à densidade, opacidade e transparência, das matérias do entorno. Registar, fixar, guardar em memória-matéria. É como a reserva de alimento para a travessia do inverno. Mas é também uma poderosa ferramenta para a interpretação da realidade. A imagem é aqui a unidade mínima de comunicação, mas também algo de que, de algum modo, desejamos fugir pela sua ilusão que transporta e nos desvia de algo mais essencial. São as peças de uma narrativa para a construção de um olhar e de um diálogo. As imagens são as palavras de um texto extenso, na sua infinidade está a passagem para dimensões que ainda não conhecemos. Capturar e apreender o visível, guardar, arquivar, reserva de “alimento” para o futuro. Liberdade para ensaiar caminhos antes não percorridos, estar disponível para seguir trilhos não imaginados. Admitir o erro e a morte.
Exposição/Fotografias: Desenhar, fotografar. Riscar, registar o universo visível. Fotografias de riscadores e câmaras fotográficas. Descrição dos processos metodológicos para a apreensão do real. Mostrar uma seleção de páginas de caderninhos com desenhos, esquemas, quadros, diagramas e textos.
Exposição Fuga. Ar.Co. Lisboa. 2019
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