quarta-feira, 2 de março de 2016

Abstração num mapa

[permanecer inexistente_09] Esta era uma proposta que acabava por se revelar um tremendo exercício de liberdade, ponto de partida de caminhos insuspeitos. Por onde nos leva o acaso do determinismo geográfico? Havia, talvez, aleatoriedade nas escolha dos pontos, mas era esta intencionalidade que tornava a procura de campo sedutora. Havia um jogo inicial de persecução de um ponto abstrato num mapa. Depois, o conjunto definia uma geometria estranha, mas, de alguma forma, essa era uma imagem real de um território. Não havia a escolha prévia de pontos de interesse, determinados por uma qualquer intenção cultural, as sugestões deixadas pela história de edifícios notáveis inscritas em tomos de história da arquitetura, seguindo uma lógica determinada à partida. Havia a evidência de que os doze pontos fotografados eram completamente insignificantes no retrato de um lugar, de uma paisagem, de um território, mas era essa constatação, de um mínimo estatístico, que, contraditoriamente, tornava estes encontros especiais. O fascínio do visível estava presente. Não nos podíamos ater a um conceptualismo de regras feitas. Havia opções a tomar, diferentes modos de ver e captar a fotografia, havia o perene mistério de uma beleza, de um conceito de belo, que não podemos ignorar como um dos grandes motores da vida consciente.

C7.I - Bugio - 38º39’27.23”N / 9º17’51.05”W - 10.01.2014_12:33


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