[20-29jul2014_mondego-guimarães-amarela 16] Ao fim do dia regresso à ribeira do Mosteiro e à calçada de Sant’Ana até ao local em que esta atravessa o ribeiro por uma ponte. A água viva, que corre, é sempre fascinante. Há uns meses atrás participei numa palestra em Lamego, sendo co-orador um ilustre transmontano que já conhecia de outras aventuras naquelas paisagens, especialista na gastronomia local, do vinho e da terra. Ao falar das minhas metodologias de trabalho ficou claro que a gastronomia não era o elemento central do meu trabalho, menos ainda o vinho. Fui, na brincadeira, 'acusado' de não consumir, de apenas beber água. Se por um lado, de alguma forma, lamentei não dar grande contributo à enologia, por outro esse breve conversa reforçou em mim a enorme perplexidade pelo observar a água. Ela, não apenas que sustêm a vida, que permite a existência do vinho, a água encerra em si, no chão que percorre, um indizível beleza que nos prende ao mais remoto princípio de todo o mundo evolutivo tal como hoje podemos observar.
A vida é quase uma metáfora da água.
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