[Linha do Tua 12] Apesar de ser uma estrutura pesada, a via-férrea é capaz de circular por este vale com uma leveza notável. Pelo facto de circularem sobre carris, os comboios são muito «disciplinados» e conseguem trilhar uma via muito estreita, ao contrário de, por exemplo, um automóvel, cuja circulação necessita de mais espaço e exige uma via bastante mais larga. O calibre da via-férrea permite uma intervenção construtiva de menor dimensão. Esta é também a imagem do tempo em que este projeto foi construído. Na segunda metade do século xix, o automóvel não era ainda um veículo usual; ele só apareceu como o conhecemos perto da transição para o século xx, e o seu uso só começou a ser generalizado décadas mais tarde. Se, por um lado, a ferrovia era a única via de transporte terrestre coletivo possível para os meios tecnológicos da época, por outro lado o trajecto era pouco recomendável para outros meios de transporte. Este facto constitui, por si só, uma das singularidades da linha do Tua no contexto da rede de transportes portuguesa.
Linha do Tua. 2008 |
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