Serra do Gerês. 1991 |
[Negativos arq. #7] Regressar à paisagem antiga que existe no limiar de uma distância infinita, inacessível, e um presente que a resgata, como quem recupera um mundo perdido tão presente como o era décadas atrás. Este mundo, agora de sais de prata, era aquele que habitara como quem começa a grande marcha da vida, espaço de libertação e, simultaneamente, de fim dessa mesma liberdade que se descobria no preciso momento em que deixava de existir. Era a contradição, compreendida mais tarde, de uma existência humana entre o real e o imaginário, entre o espaço físico concreto e aquele representado pelas fotografias, entre uma memória ambígua, misteriosa, e um arquivo em permanente construção. Esta é a paisagem procurada, terreno infinito de pesquisa, de perda inevitável, talvez de encontro com o sentido, ora próximo, ora distante, de um caminhar que tem, inevitavelmente, de se desprender da Natureza, dessa paisagem berço, mas ilusória, onde um dia teremos sido felizes.
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