[Suzanne Daveau 03] As fotografias de Suzanne Daveau, registaram o tempo longo das sociedades rurais ocidentais ou tribais de África, as paisagens quase intocadas pela mão humana, mas também o enunciar de um mundo em progressiva mudança. As suas memórias familiares, muitas delas fotografadas pelo avô Léon Robert a partir do ano 1900, que remontam ao último quartel do século XIX, contam-nos um século e meio de história.
O Atlas Suzanne Daveau, em exposição na Biblioteca Nacional de Portugal e com edição do Museu da Paisagem, é este percurso por um singular universo fotográfico que procurou uma ideia de verdade. Este é o retrato, o mapa, a geografia de uma mulher incansável que procurou conhecer e transmitir a sabedoria humana que se revela da terra. Talvez o que essa busca hoje nos devolve, seja a inquietação do tempo presente. As suas fotografias dizem-nos, também, que o conhecimento é a melhor ferramenta que temos para lidar com um mundo aberto e em mudança permanente.
A ideia deste projeto editorial e expositivo nasceu a 22 de outubro de 2019. Nesse dia foi apresentado o filme Suzanne Daveau, na Culturgest, em Lisboa, no âmbito da programação do DocLisboa. No filme de Luísa Homem são mostradas uma série de fotografias comentadas pela própria Suzanne Daveau. São imagens com um forte carácter documental que, ali, eram um complemento visual ao seu pensamento geográfico, ao entendimento da relação que nós, humanos, estabelecemos com a terra.
As fotografias são, para Suzanne Daveau, uma ferramenta de trabalho. São registos informais, quase sempre para fixar a memória de um lugar, um ponto de vista e, mais tarde, servirem de apoio à reflexão geográfica e a trabalhos científicos de âmbito académico ou didático.
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