quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Formões, goivas, grosas, serras

[Alberto Carneiro 05] Nas ferramentas de Alberto Carneiro antevemos um mundo de formas da matéria, da madeira trabalhada. Há uma questão de perplexidade que parece evidente quando observamos estes instrumentos: há aqui uma força extrema, ou a violência que encontramos na natureza, em todas as espécies que lutam pela vida: estas são as “armas” de um combate, mas esse combate é também um diálogo com os elementos que se trabalham, a que se molda um desenho, um projeto, uma orgânica nova que liga mundos distantes. São utensílios de força com polimento da mão, com marcas do uso prolongado. O paradoxo da dureza expressa naqueles cabos de madeira e naquelas lâminas é o facto de nelas terem origem peças de uma grande delicadeza. São os fazeres da mão ou a dimensão humana sobre as paisagens.

Espaço de Alberto Carneiro. São Mamede do Coronado, Trofa. 2015

Espaço de Alberto Carneiro. São Mamede do Coronado, Trofa. 2015

Espaço de Alberto Carneiro. São Mamede do Coronado, Trofa. 2015

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