[pst 301] "Passeando Coimbra a certas horas do dia e da noite, é flagrante que um manto de luz sedativa a ilumina. Tanto o sol como a lua se esforçam por mantê-la numa irrealidade poética, feita do alvoroço das sementeiras e da melancolia das desfolhadas. Cenário para um perpétuo renascimento do espírito, que, além da pureza de um céu límpido e aberto, poderia ter a Grécia e a Itália reunidas na mesma colina debruada de choupos e oliveiras. Mas aproveitaram da oferenda apenas o ópio sentimentalista. E o Penedo da Meditação, a Lapa dos Esteios, o Jardim botânico e o Parque de Santa Cruz vivem perpetuamente num banho maria nostálgico que, sendo uma realidade física local, é simultaneamente a atmosfera mental do Português". (Miguel Torga — Portugal).
Jardim Botânico — Coimbra. 2 de junho de 1996 |
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