quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Resposta

Vale do rio Erges, próximo de Salvaterra do Extremo. 2005
[suporte 01] Sobre uma questão suscitada por um post neste espaço em que eu próprio afirmava "A Arte pode perder a sua própria materialidade e passar a ser um conceito de sobrevivência, de sanidade mental, de lucidez", Luís Miguel Gomes fazia-me a pergunta: "Não entendi o remate final do teu post, ou seja, em que medida a imaterialidade da Arte pode ser um conceito de sobrevivência e sanidade mental ?". A questão foi-me posta no passado do 18 de junho. Ao invés de uma resposta direta, que de qualquer forma exigiria uma redação trabalhada, vou mergulhar num espaço existencial em que a fotografia, como matéria, é o núcleo ativo. Será a continuação do espírito desta cidade infinita, os fazeres em torno da fotografia, do espaço, do tempo, das construções humanas no território, depois as palavras. A construção de um fazer aqui desenvolvido, a tentativa de explicitar, de consciencializar, também, o coração deste trabalho específico.

2 comentários:

  1. a própria fotografia é a resposta mais eficaz.

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  2. Haverá sempre, no meu entender, dois vetores no trabalho fotográfico: O primeiro vetor será o da intermediação do fotógrafo entre o objeto da foto e o seu objetivo (A consciência do destinatário); O segundo vetor surge da necessidade do fotógrafo em estabelecer uma linguagem própria(subjetiva)com capacidades únicas para a comunicação do seu "Eu".

    No teu trabalho, Duarte, eu avançaria com um terceiro vetor que eu classificaria como sendo de ordem ética e muito ligado à prática. É obviamente interessante conhecer o teu trabalho extenso e sério sobre o património português, mas tu és um daqueles trabalhadores, em que para além do habitual interesse sobre a obra, dá gozo conhecer os pormenores do seu “modus facendis”.

    Será a esta imaterialidade que te referes ? Ou seja, o lado imaterial da arte é o tempo e o modo como produzimos o objeto ? A tua foto, num dos locais que eu mais gosto do "meu" mundo, levou-me a pensar assim. Porque quando por ali passeio, sinto-me um pouco mais são.

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