Acontecimentos sucessivos
|
Caneças. 1991 |
[Viagens. Paisagens 27] São os lugares que engendram histórias, que constituem um corpus definidor de paisagens, são eles que sintetizam uma postura humana perante a leitura do espaço, que contribuem decisivamente para a formação de uma identidade pessoal e coletiva. Neste contexto de representação a fotografia pode tornar-se um acto político. Não será, então, a fotografia nem o fotógrafo, o elemento mais significativo deste sistema, mas sim a câmara e a sua possibilidade de representar aquilo que lhe é pedido e expectado. Há a tradução e transformação conceptual do mundo material envolvente. A fotografia de paisagem, mais do que apenas um registo, é um processo de releitura das paisagens que se põe em movimento, é um acto que interfere com o futuro, que cria um lastro de acontecimentos sucessivos.
"um acto que interfere com o futuro" remete-me para um conto muito interessante deste livro: "http://www.wook.pt/ficha/os-sonhos-de-einstein/a/id/40165" de um físico chamado Alan Ligthman. Narra a história de uma personagem que devido à sua hipersensível percepção que um mínimo acto seu pode alterar o curso da história da humanidade, movimenta-se com extremo cuidado nas ruas de Berna. Porque sabe se levantar pó, pode mudar o curso da história da Europa. Não conto mais. Leiam o livro se tiverem oportunidade. Não se irão arrepender.
ResponderEliminarA teoria do caos e sua expressão no "efeito borboleta" também são fenómenos muito interessantes e que atiram a humanidade e as ciências para uma complexidade muito grande. Religando tudo isto com o post do Duarte, diria que uma fotografia do Duarte no Gerês pode fazer cair a ditadura chinesa, em tese.
ResponderEliminarAcho que uma borboleta, em termos climáticos, poderá ter mais poder que qualquer ser humano.
ResponderEliminar